Numa época onde proliferam as aplicações gratuitas de navegação para smartphones ainda faz sentido comprar uma unidade de navegação por GPS? Sofia Veríssimo, country manager da TomTom para Portugal e Espanha, diz que sim e apresenta números que comprovam esta opinião: são vendidos 5 mil GPS por dia, a nível global; e a empresa prevê vender, só no mercado da Península Ibérica, 150 mil dispositivos este ano. Feitas as contas, esta área tem um peso de 40% no negócio da TomTom e, desde que criou o primeiro GPS em 2004, a companhia já vendeu 100 milhões de equipamentos de navegação, estando a assinalar esse dado com o lançamento do Go Premium.
O novo GPS da TomTom é de gama alta e apresenta algumas características que pretendem ajudar a diferenciar o dispositivo da referidas apps gratuitas para telemóveis. Assim, além da navegação e trânsito em tempo real, o Go Premium suporta IFTTT (If This Then That), o que significa que pode ser ligado a dispositivos domésticos para interagir com assistentes pessoais, sincronizar agendas e receber notificações. Um exemplo prático da utilização desta funcionalidade é, ao chegar a casa, o portão ou a porta da garagem abrir-se automaticamente e, ao sair de casa, as luzes apagarem-se.
Outras funcionalidades de destaque do Go Premium são o “Last Mile”, em que, no momento de chegada ao destino, o GPS é transferido para a aplicação TomTom MyDrive para indicar o caminho a pé até ao destino real, e o “Find My Car”, que indica o local onde a viatura ficou estacionada. Além disso, o utilizador tem direito a trânsito vitalício e radares através do cartão SIM incorporado.
Este GPS está disponível versões de 5” e 6”, com um preço de €329,95 e €379,95, respetivamente. O site oficial da marca terá ainda à venda uma edição limitada do Go Premium X, que tem um acabamento dourado escovado e um conjunto de acessórios específicos – bolsa de transporte, protetor de ecrã e carregador duplo – por €429,95.
Sofia Veríssimo revela que a TomTom irá continuar a apostar neste tipo de equipamentos (mais vocacionados para segmentos premium), ao contrário do que acontecerá com a área de dispositivos ligados ao desporto. Apesar da quota de mercado apreciável que detinha, a empresa tomou a decisão de desinvestir nos smartwatches e afins para se focar naquilo que sempre foi o seu núcleo central: o veículo.
Assim, a TomTom tem vindo a estender a sua rede de parcerias com os fabricantes automóveis. Atualmente, trabalha, por exemplo, com BMW, Nissan, Fiat, Daimler, Renault e Volkswagen, sendo que também estendeu o braço a tecnológicas como Uber, Apple e Microsoft. O objetivo é ajudar na transição para a condução autónoma, razão pela qual está a dedicar muita atenção ao desenvolvimento de HD Maps e que a levou a vender à Bridgestone por 910 milhões de euros a Telematics, a unidade de negócio de gestão de frotas.
Outra novidade que a TomTom está a preparar é uma nova app de navegação, que deverá chegar a iOS algures dentro dos próximos dois meses e a Android mais para o final do ano. O intuito é ser uma alternativa a sistemas populares como a Waze, razão pela qual disponibilizará um período de teste gratuito. Após esse tempo, o utilizador terá de pagar uma mensalidade a rondar os €2, valor que pode ser reduzido se a subscrição for feita por seis meses, por exemplo. Sofia Veríssimo acredita que esta app será capaz de conquistar os condutores pela facilidade de utilização e pelas funcionalidades que possuirá.