Nova Iorque foi o local escolhido para a Samsung revelar o Note 8. Um lançamento muito sensível para o fabricante coreano. Afinal, cabe a este novo topo de gama tentar apagar o “desaire Note 7” (o terminal que foi recolhido do mercado devido a graves problemas de fabrico).
O evento começou com o presidente da divisão de dispositivos móveis a reforçar o pedido de desculpa pelo sucedido, mas, essencialmente, DJ Koh agradeceu o apoio a todos os que se mantiveram fiéis à marca. É preciso reforçar que mesmo com os danos de reputação (e financeiros) provocados pela recolha do Note 7 (efetuada a partir de outubro do ano passado), a empresa registou, no segundo trimestre deste ano, dos melhores resultados financeiros dos últimos anos e, já no primeiro trimestre de 2017, os Galaxy S8 e S8+ foram os topos de gama mais vendidos no mundo – Em conjunto, a empresa vendeu 19 milhões de terminais no período, segundo a Strategy Analytics.
Mesmo assim, era preciso resolver a “questão Note”. Em vez de abandonar o segmento ou matar a marca, a Samsung continua a apostar no Note. E, afinal, o que tem este telefone de novo? Muito pouco. Ao contrário do Note 7 que era muito arrojado em termos de definições e design, este novo Note acaba por ser um Galaxy S8+ com alguns retoques. Mas são importantes.
O ecrã é o maior ecrã disponível num smartphone (6,3 polegadas – o S8+ tem 6,2 polegadas) e segue o mesmo layout e formato (18.5:9) que o S8+. Ou seja, não existem limites laterais para o ecrã e só no topo é que estão duas estreitas áreas negras onde estão a câmara frontal e, em baixo, os botões virtuais.
A grande novidade é a já referida câmara dupla. É verdade que a Samsung não é o primeiro fabricante a fazê-lo, no entanto, o Note 8 é o único telefone do mercado a ter uma câmara dupla onde cada câmara tem um estabilizador ótico integrado. É a tecnologia a garantir, entre outras coisas, que as fotos e vídeos não fiquem tremidos. Ambas as câmaras têm uma resolução de 12 megapixéis e, a frontal, tem de 8 megapixéis. Esta é, realmente, o principal destaque do telefone e, confessamos, o que mais nos interessa colocar à prova.
De resto, temos mais memória RAM (6 GB) e o Note 8 tem 64 GB de armazenamento que podem ser expandidos até aos 256 GB com um cartão MicroSD.
A bateria de 3300 mAh é mais generosa do que a existente na versão anterior e o processador integrado, para a Europa, é o Exynos 8995 com oito núcleos.
Em termos de design, o Note 8 tem os cantos um pouco mais quadrados do que o S8+ e, infelizmente, o sensor para impressões digitais continua a estar muito próximo da, agora, câmara dupla.
Em termos de software, existem novas funcionalidades para a câmara e para a SPen – o stylus integrado no Note desde 2011, quando foi lançado o primeiro telefone desta gama.
Agora, é possível tirar uma foto que captura, ao mesmo tempo, uma foto de ângulo mais fechado e outra com maior amplitude. Também é possível escolher entre dois pontos de foco, mesmo em fotografias que já estejam feitas. Basta tocar no ecrã e optar pelo primeiro plano ou o que está de fundo.
A SPen permite escrever diretamente no ecrã bloqueado (útil para tirar notas rápidas) e, entre outras coisas, volta a conseguir traduzir textos bastando, para isso, sublinhar as palavras com o stylus – algo que já tínhamos visto no Note 7.
Quem adquirir o telefone (que é, na sua versão de entrada, o mais caro alguma vez vendido pela Samsung) terá a oferta de um sistema Dex – o acessório que permite ligar o Note 8 a um monitor e ficar com as funcionalidades de um computador.
O Note 8 já pode ser reservado em Portugal e chega ao mercado a 15 de setembro.