


Ano novo, geração nova. O relógio não para e, apesar da menor pressão por parte da concorrência, a Nvidia achou que tinha chegado a hora de lançar um novo processador gráfico. Todavia, e ao contrário do que costuma acontecer, a empresa não lançou esta nova arquitetura juntamente com placas gráficas de topo mas sim em dois modelos de entrada de gama. Assim, temos uma situação inusitada, em que as gráficas agora lançadas para o mercado de entrada de gama são baseadas numa arquitetura mais recente que as que já estão no mercado há algum tempo.
Arquitetura eficiente
O objetivo da Nvidia com o Maxwell foi produzir uma GPU mais eficiente, capaz de disponibilizar bom desempenho sem que isso significasse grande consumo energético. Nas palavras da empresa, quiseram fazer um processador gráfico acessível, potente e muito eficiente do ponto de vista energético, que pudesse ser usado para, por exemplo atualizar um PC OEM. Isto porque este tipo de máquinas inclui muitas vezes fontes de alimentação sem conectores para placas gráficas. E o Maxwell consome tão pouco que estas gráficas não têm qualquer ligação extra para energia. Mesmo a GTX750 Ti obtém toda a energia de que precisa da ligação PCI Express.
Relativamente ao anterior Kepler, a Nvidia diz que cada núcleo CUDA no Maxwell disponibiliza mais 35% de desempenho, ou duas vezes a potência por cada Watt. Este feito foi conseguido no mesmo processo de fabrico de 28 nanómetros. Para atingir esta eficiência, a empresa redesenhou as unidades Streaming Multiprocessor (SM), um dos elementos fundamentais na arquitetura destas GPU, e dividiu-as em quatro. Cada sub-unidade tem o seu próprio controlador que passa a gerir 32 núcleos em vez dos 192 presentes no Kepler. Assim, cada controlador vê o seu trabalho facilitado, já que se torna mais simples gerir e despachar ordens para os núcleos. Por sua vez, isto aumenta a eficiência geral da arquitetura, o que ajuda a diminuir o consumo energético. Segundo a Nvidia, em quatro anos conseguiram quadruplicar a eficiência energética. Duplicou do Fermi para o Kepler, e novamente agora para o Maxwell.
Mais desempenho
Para melhorar o desempenho, a Nvidia seguiu vários rumos. O Maxwell tem mais memória cache L2: 2048 KB contra os 256 KB do GK107, por exemplo. Há, assim, menos pedidos à RAM da gráfica, o que aumenta o desempenho e diminui o consumo energético.
A Nvidia afinou também a arquitetura interna do processador, redesenhando algumas estruturas para melhorar o fluxo de dados. Isto permitiu à empresa desenhar SMs mais pequenas mas que atingem 90% do desempenho das anteriores unidades SM do Kepler. O Maxwell dispõe, por conseguinte, de cinco unidades SM contra as duas do Kepler.
Codificação de vídeo
Uma das novidades do Kepler foi a implementação de um codificador por hardware de vídeo H.264. É ele que permite a funcionalidade ShadowPlay presente nas gráficas do último ano, com a qual podemos fazer streaming de vídeo ou gravar em tempo real a nossa sessão de jogo sem grandes perdas de desempenho. A Nvidia melhorou o codificador presente no Maxwell, que é agora capaz de codificar vídeo 6-8 vezes mais depressa do que o tempo real (contra as 4x do Kepler) e descodificar 8-10x mais depressa.
Em termos práticos
Para testes, recebemos uma GeForce GTX 750 Ti, o modelo mais rápido da primeira leva de gráficas baseadas na arquitetura Maxwell. O primeiro aspeto que nos impressionou foi o seu tamanho diminuto. Esta gráfica é tão pequena que cabe facilmente em qualquer caixa, mesmo as mais compactas. Por outro lado, a GTX 750 Ti não faz qualquer ruído, nem mesmo ao fim de algumas horas a jogar, pelo que parecem cumpridas as primeiras promessas da Nvidia: uma GPU que consome pouca energia e, como tal, é fácil de manter fresca e estável.
Depois dos testes, ficámos igualmente impressionados com o bom desempenho proporcionado pela arquitetura. Confrontámos a GTX 750 Ti contra uma GTX 650 Ti Boost e rapidamente percebemos que a nova arquitetura da NVidia tem pernas para andar. O desempenho do novo modelo é muito semelhante à 650 Ti Boost, variando um pouco com o teste em questão. Mas o essencial é que proporciona uma potência muitíssimo competitiva ao mesmo tempo que consome muito menos energia. Isto faz com que seja possível (e aconselhável) o overclock. Na realidade, usando o utilitário EVGA Precision, conseguimos aumentar a velocidade da GPU até ao máximo permitido pelo programa, sem qualquer problema de estabilidade.
Moral da história?
A Nvidia indica que o preço para a GTX 750 Ti é de 115 euros sem IVA. Ora isto dá um preço de venda ao público de cerca de 140 euros. A ser verdade, esta é a placa gráfica que estava à espera para atualizar o seu PC, se tem algo mais antigo que uma GTX 650. A nova arquitetura é rápida e eficiente, conduzindo a uma placa gráfica compacta, fresca e silenciosa que se torna ideal para quem tem um orçamento limitado. E se andava à procura de algo para começar a construir uma “Steam Machine”, a GTX 750 Ti é uma ótima escolha.
Márcio Florindo
Tome nota |
GTX 750 Ti |
GTX 650 Ti Boost |
|
GPU |
GM107 (Maxwell) |
GK106 (Kepler) |
|
Tecnologia de fabrico |
28 nm |
28 nm |
|
Processadores CUDA |
640 |
768 |
|
RAM |
2 GB GDDR5 |
2 GB GDDR5 |
|
Bus RAM |
128 bits |
192 bits |
|
Velocidade GPU |
1020 MHz |
980 MHz |
|
Turbo Automático |
1085 MHz |
1033 MHz |
|
Velocidade RAM |
1350 MHz |
1502 MHz |
|
3Dmark |
FireStrike |
3835 |
3797 |
Crysis 3 (Medium) |
1080p |
45 fps |
51,9 fps |
Crysis 3 (HQ) |
720p |
58,3 fps |
63,3 fps |
1080p |
34,7 fps |
39,6 fps |
|
Metro 2033: Last Light (DX11, HQ) |
720p |
63,3 fps |
59,7 fps |
1080p |
38,3 fps |
38,3 fps |
|
Heaven 4.0 DX11 High |
720p |
73,1 fps |
67,7 fps |
1080p |
40,5 fps |
37 fps |
|
Max watts |
152 W |
205 W |
|
Watts Windows |
56 W |
55 W |