A indústria farmacêutica é uma das principais responsáveis pela degradação do ambiente, com as empresas do setor a produzirem mais toneladas de dióxido de carbono do que a indústria automóvel. Dados de 2015 descrevem que a farmacêutica é 28% mais pequena, mas 13% mais poluente do que o setor automóvel, pelo que a redução das emissões poluentes aqui é essencial para a saúde do planeta. Daí que a descoberta da Universidade de Bath, de produzir medicamentos a partir de resíduos da indústria do papel tenha uma importância acrescida.
A equipa de investigadores mostra, num estudo publicado no ChemSusChem, o processo para converter um componente que surge como desperdício na indústria do papel em precursor químico para medicamentos analgésicos. Atualmente, estes precursores provêm da indústria petrolífera, pelo que a proveniência mais ‘verde’ encontrada agora é uma notícia positiva.
Além de analgésicos, os investigadores explicam que o processo pode ser usado para sintetizar também 4-HAP, um químico essencial para os bloqueadores-beta, para o inalador salbutamol, eficaz contra a asma, e uma variedade de produtos de limpeza doméstica.
A adicionar à origem mais sustentável, o facto de estes componentes serem provenientes de restos da indústria do papel significa que os custos dos medicamentos podem ser mais consistentes também, ao não estarem sujeitos a pressões geopolíticas.