O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) vai desenvolver um robô inovador para controlar e manter a vegetação em olivais e vinhas, reduzindo a necessidade de utilizar produtos fitofarmacêuticos, conhecidos como pesticidas. O projeto piloto de larga escala temporal vai ser realizado em duas áreas vitivinícolas da Península Ibérica, propriedade das empresas Sogrape Vinhos S.A. e Terras Gauda.
“O uso de robôs com alfaias inovadoras – no controlo e manutenção da vegetação na linha e entre linha da vinha/olival – permitirá reduzir o uso de produtos fitofarmacêuticos, reduzir a compactação do solo, promover uma melhor qualidade do solo, aumentar a disponibilidade de recursos existentes nas quintas para outras operações relevantes, e fomentar os enrelvamentos das vinhas com claros benefícios para a vinha e atividades de turismo”, explica Filipe Neves dos Santos, investigador do INESC TEC, em comunicado de imprensa.
O robô faz parte do projeto europeu NOVATERRA que pretende garantir uma maior segurança alimentar, promovendo o acesso a alimentos saudáveis e minimizando o impacto do uso de pesticidas no ambiente. O NOVATERRA vai ser adaptado a diferentes regiões, permitindo aos agricultores melhorarem as estratégias de gestão integrada de pragas, para proteger as vinhas contra o míldio e o oídio [ambas doenças de plantas], a podridão cinzenta [também doença] e a traça da uva [inseto], bem como proteger contra o olho de pavão, a mosca da fruta, a traça da oliveira e a cochonilha negra [estes três últimos, insetos].
Há 19 entidades a participar neste consórcio e em Portugal está representado pelo INESC TEC, pelo Instituto Politécnico de Bragança, pela APPITAD (Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro) e pela Sogrape Vinhos.
O projeto NOVATERRA é financiado no âmbito do Horizonte 2020 da Comissão Europeia no valor de 4,8 milhões de euros, ao abrigo do acordo número 101000554. O financiamento total do projeto é de 5,5 milhões de euros.