Um investimento total de 20 mil milhões de euros, um milhão de componentes e mais de dez milhões de peças são alguns dos grandes números do projeto ITER – acrónimo de Reator Termonuclear Experimental Internacional. A iniciativa conta com participação da União Europeia, EUA, China, Rússia, Índia, Coreia do Sul e Japão, e pretende gerar um retorno de energia positivo e demonstrar a viabilidade científica e técnica da fusão nuclear como fonte de energia limpa. O ITER vai ser o primeiro reator experimental de fusão nuclear do tipo Tokamak e estará localizado em Saint-Paul-lez-Durance, em França.
A construção da instalação começou agora e estima-se que comece a produzir o plasma necessário pouco depois de terminar a montagem, em 2025. O professor Ian Chapman, da Autoridade para Energia Atómica do Reino Unido, explica que “esperamos ver o primeiro plasma dentro de cinco anos. Vai ser um plasma muito curto – que dura apenas alguns milissegundos – que demonstrará como os ímanes vão funcionar. Depois, vamos ter mais uma fase de construção de alguns dos outros componentes”, cita a publicação BBC.
A cerimónia de apresentação contou com a presença do presidente francês Emmanuel Macron que salientou que o esforço conjunto internacional em torno de um bem comum é louvável.
Atualmente, a energia nuclear é obtida através da fissão, na qual um elemento químico pesado é dividido para produzir outros mais leves. Agora, a abordagem no ITER é para a fusão nuclear, que combina dois elementos leves para produzir um mais pesado, num processo que liberta vastas quantidades de energia, com muito pouca radioatividade. Os defensores desta abordagem alegam que se trata de um processo mais limpo e seguro, com um potencial bastante elevado e que é comercialmente viável. A descoberta de mais fontes de energia limpas pode ajudar também no combate às alterações climáticas.
O projeto conta com a colaboração do ISQ, uma das poucas entidades nacionais que atua como fornecedor de primeira linha para o ITER Org e para a F4E. A participação do ISQ Group acontece em âmbitos como formação, inspeção, ensaios, desenvolvimento de tecnologia de controlo não destrutivo, engenharia de processos de ligação e serviços de suporte à engenharia de base (design e análise). Este grupo tem uma carteira de contratos total para estas duas entidades num valor superior a 22 milhões de euros, desde 2007.