Esta análise foi hoje reiterada em por Yevgeni Kaspersky, especialista russo da segurança informática, que foi entrevistado na última edição da Exame Informática. «Parece-me que o uso de comunicações Bluetooth em carros pode trazer alguns riscos», comentou o Kaspersky à Reuters. O receio da migração viral para o automóveis tem por base alguns casos do passado, em que os vírus recorreram às portas Bluetooth para infectar telemóveis. Cabir, o primeiro “vírus” móvel de grande escala que foi detectado em mais de 20 países, é um desses casos. Uma vez instalados no automóvel, os vírus poderão afectar os dispositivos de controlo do motor, e sistemas de entretenimento e navegação, implicando a ida à oficina e a reinstalação do sistema em que opera o computador de bordo. Ainda assim, há quem acredite que os vírus não terão capacidade para impedir o andamento de um automóvel. Por enquanto, não há registo de contágio de vírus em carros, mas os fabricantes afirmam estar a acompanhar com bastante atenção a utilização de sistemas de comunicação sem fios, como o Bluetooth. Muitos destes fabricantes recorrem a sistemas encriptados, que, ao detectarem a presença de linhas de código estranhas, lançam o alerta ou, simplesmente, recusam a comunicação com o exterior. Ainda assim, as produtoras de antivírus já estão de olho nesta nova tendência, que pode potenciar o aparecimento de uma nova área de negócio – provavelmente depois das primeiras epidemias se verificarem, como é normal na segurança informática.
Os vírus também podem atacar automóveis?
As comunicações Bluetooth podem abrir caminho à invasão dos computadores de bordo dos automóveis. Especialistas em segurança informática e fabrico de automóveis não descartam a hipótese de os produtores de vírus começarem em breve a concentrar esforços e atenções nos sistemas electrónicos dos carros.