Os astrónomos da Universidade de Durham recorreram à supercomputação do DiRAC COSMA8 para criar milhares de simulações do percurso da luz para conseguir replicar um padrão real capturado pelo Telescópio Hubble. Essa simulação evidencia a existência de um buraco negro com uma massa quase 33 mil milhões de vezes superior à do Sol, posicionado no centro da galáxia elíptica gigante Abell 1201 BCG, no cluster Abell 1201 a 2,7 mil milhões de anos-luz da Terra.
James Nightingale, do Centro de Astronomia Extragaláctica da universidade, conta que “este buraco negro em particular é um dos maiores jamais detetados e está no limite superior do tamanho que os buracos negros podem vir a ter, em teoria, por isso é uma descoberta extremamente entusiasmante”.
A descoberta evidenciada pela simulação foi corroborada pelo efeito de lente gravitacional, aplicado pela primeira vez para descobrir um buraco negro, mas já usado para exploração de supernovas, galáxias distantes ou para espiar objetos mais pequenos e distantes, explica o New Atlas.
A técnica interpreta a forma como objetos com elevadas massas tendem a moldar e dobrar a luz devido à sua forte gravidade. Neste caso, o cluster Abell 1201 forneceu um modelo exemplar deste efeito. Nightingale explica que “a lente gravitacional torna possível estudar buracos negros inativos, algo que não era possível até agora nas galáxias distantes”.
A revelação deste buraco negro massivo é o culminar de 20 anos de trabalho, iniciados pelo astrónomo Alastair Edge, investigador na universidade britânica, quando detetou o arco de uma lente gravitacional quando estava a rever imagens da galáxia. Os dados do Hubble e a tecnologia de supercomputação permitiram agora explicar o que causa aquele efeito que intrigou Edge.
Veja o vídeo para perceber um pouco melhor o trabalho destes investigadores.