É em inglês que pensa, mas é num português com um sotaque inconfundível que mistura a língua de Shakespeare com a melodia madeirense. Dionísio Pestana, figura incontornável do turismo nacional, chegou à Madeira em 1976, com 24 anos, uma licenciatura em Gestão e um hotel falido para recuperar. Mal falava português e sentiu que passava de viver “num filme a cores para um filme a preto e branco”, quando encontrou um Portugal devastado economicamente e onde nem havia “iogurtes com sabores” à venda. Ao receber o prémio Excelência na Liderança, o empresário fez uma espécie de viagem ao passado para revisitar alguns momentos marcantes da sua vida enquanto filho, líder e gestor. Gosta muito pouco de falar de si próprio e, sempre que possível, tenta virar as atenções para as pessoas que o rodeiam. O que talvez já seja um sinal do tipo de liderança que sempre promoveu no Grupo Pestana: curiosa, intuitiva e, acima de tudo, com muita vontade de ouvir e de aprender.
Sempre referiu que os tempos são cíclicos e que não se assusta facilmente com os “anos maus”. Mas o Grande Confinamento, logo após a inauguração da 100.ª unidade do Grupo Pestana, a primeira em Nova Iorque, encerrou os 100 hotéis de uma vez. Como é liderar num cenário desses?