Quando a EXAME pediu algumas imagens que representassem a SMSA – Sebastião & Martins SA, uma das que vinham anexadas à mensagem de email era a fotografia de um retrato a óleo do fundador da empresa. E se hoje é possível abrir um pouco por todo o mundo as embalagens de cartão canelado produzidas na fábrica de Guimarães, a Sebastião de Freitas Martins se deve. É o “grande obreiro e visionário da empresa,” como descreve Miguel Martins, um dos três filhos e que administra a empresa.
A firma que se esforça por pensar fora – e para lá – da caixa não esquece esse momento fundador, de há 40 anos, feitos em julho deste ano. Hoje com 190 trabalhadores, fabrica produtos a partir de cartão canelado (não só caixas, como também acessórios – acondicionadores, divisórias -, cartolinas, cartões compactos e paletes, por exemplo) e opera em países como Moçambique, Angola, Espanha e Marrocos, para onde vende soluções personalizadas.

“O crescimento da SMSA deve-se essencialmente ao serviço e produto prestados. O nosso foco está em criar parcerias com os nossos clientes, criar relações próximas com o cliente, conhecer a realidade do cliente e tentar adaptar-nos às suas necessidades e modos de trabalhar. Esse é o nosso elemento diferenciador,” considera Miguel Martins.
Depois de cinco anos com crescimentos anuais em torno de 15% a 20%, 2019 foi de consolidação (um aumento de 3,4% nas vendas, para 38,1 milhões de euros, a que corresponderam resultados líquidos de 5,2 milhões, segundo valores consultados pela EXAME). O crescimento foi acompanhado de investimento, que nos últimos três anos esteve concentrado na melhoria da impressão de alta qualidade flexográfica (processo de impressão gráfica em relevo), no aumento da capacidade de produção e na oferta de maior qualidade.
A pandemia, que obrigou a adaptação e a medidas de salvaguarda que reduziram a produtividade da empresa, já tirou 8,7% ao negócio até agosto (julho e agosto até foram meses de recuperação a nível nacional) e deverá levar a fechar o ano com menos 5% a 9%.
O crescimento da SMSA deve-se essencialmente ao serviço e produto prestados. O nosso foco está em criar parcerias com os nossos clientes, criar relações próximas com o cliente, conhecer a realidade do cliente e tentar adaptar-nos às suas necessidades e modos de trabalhar
“Neste momento os principais desafios que encontramos devem-se à instabilidade da procura nos diversos setores e áreas económicas com os quais trabalhamos. A nível internacional, continuamos com vendas equilibradas para os diversos mercados onde operamos,” salienta o administrador. O resto de 2020 será imprevisível e 2021 deverá trazer, espera, uma recuperação, mas muito lenta. Apesar dos solavancos, o investimento não deverá parar. Nos próximos dois anos, Miguel Martins estima ampliar a empresa, reforçar a segurança no trabalho e melhorar os processos produtivos.
Com estatuto PME Líder desde a sua primeira edição, em 2008 (e PME Excelência desde 2011), a SMSA vê naquele título vantagens como a valorização e a segurança, que se refletem numa maior confiança nas relações comerciais, seja enquanto fornecedores, seja enquanto clientes: “É um selo que nos dá maior confiança e garantia de qualidade.”
Selos semelhantes podem ser encontrados nas certificações ambientais e de qualidade detidas pela empresa, como a FSC (Forest Stewardship Council), que garante que o papel utilizado na produção de cartão cumpre as normas daquela organização, nomeadamente que é proveniente de florestas onde o abate de arvores é “estritamente controlado.” A SMSA garante, ainda, o compromisso com medidas que reforcem a economia circular das matérias primas utilizadas. Os desperdícios de papel e cartão, produzidos nas instalações ou recolhidos junto dos clientes, são compactados em fardos e usados para produzir novo cartão.