Franklin Templeton, Skip Capital e a Top Tier Capital Partners LLC são alguns dos novos investidores da empresa fundada por Tiago Paiva, atual CEO da empresa, e por Cristina Fonseca (que em 2016 abandonou a organização).
A Talkdesk garantiu ainda o contributo da Viking Global Investors e da Threshold Ventures, que já tinham participação na companhia, nesta nova ronda de financiamento, onde arrecadou 143 milhões de dólares, o que elevou a sua avaliação de mercado para uns impressionantes 3 mil milhões de dólares.
“O objetivo é continuar a investir em Investigação e Desenvolvimento, e garantir o aumento da nossa base de clientes da Fortune 1000”, referiu Tiago Paiva em entrevista à agência norte-americana Bloomberg. Na mesma ocasião, o português adiantou que não haverá novos investidores no board da empresa.
Recorde-se que a Talkdesk está sediada em São Francisco, nos EUA, onde foi criada em 2011. Disponibiliza um serviço de call center alojado na cloud, que junta software de topo a Inteligência Artificial de forma a que “a interação entre uma empresa e um particular seja muito melhor do que aquilo a que estamos habituados”, resume Tiago Paiva. As empresas podem, através desta plataforma, criar um call center em cerca de cinco minutos, e sem necessidade de servidores, telefones ou quaisquer outos dispositivos para além de um computador.
Em 2018, a Talkdesk atingiu o patamar de ‘unicórnio’ – ou seja, uma avaliação de mil milhões de dólares – e menos de dois anos depois já vale três vezes mais. Segundo Paiva, a organização, que emprega mais de 1.200 pessoas em redor do mundo, está a atravessar um período de crescimento acelerado, com uma expetativa de crescimento de receitas a duplicar a do ano passado.
À Bloomberg, o gestor afirmou poder estar “mais perto de uma Oferta Pública Inicial”. Já em dezembro do ano passado, em entrevista à EXAME, Tiago Paiva apontava o caminho da entrada em bolsa como um possível cenário no médio prazo. “Continuamos a pensar num IPO e foi por isso que no ano passado levantámos tanto dinheiro”, referia na altura. “O nosso objetivo é criar uma empresa estável, que seja líder de mercado e, portanto, um IPO, uma saída ou o que for, virá a seguir. Mas sem pressa. Neste momento recebe-se tanto dinheiro dos fundos privados que não compensa o risco de ir para os mercados. Estar na bolsa é difícil. De um dia para o outro, as ações da empresa podem ir à vida por alguma razão que às vezes tem muito pouco que ver com a própria empresa”, acrescentaria.
A Talkdesk conta, atualmente, com mais de 1.800 clientes, muitos dos quais se tornaram ainda mais dependentes dos serviços da empresa de Paiva durante os últimos meses, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Em notas citadas pela Bloomberg, responsáveis do Franklin Templeton’s Franklin Equity Group e do Willoughby Capital apontaram da Talkdesk como uma aposta segura, com um modelo de negócio promissor e uma missão crítica para diversas indústrias, numa altura de crise sanitária mundial.
A Talkdesk tem um escritório em Portugal, numa das Torres das Amoreiras, e também no Porto, e previa, no final de 2019, contratar cerca de 1000 engenheiros no nosso País.