Ainda é a principal fonte, mas está a perder relevância. As empresas portuguesas estão cada vez menos dependentes dos bancos nacionais para se financiarem. A conclusão está expressa numa das caixas do mais recente Boletim Económico do Banco de Portugal, publicado esta manhã.
“De um modo geral, está em curso um processo gradual de desintermediação financeira a nível doméstico, ou seja, as empresas portuguesas encontram-se progressivamente menos dependentes do financiamento junto de bancos portugueses, ainda que esta continue a ser a sua fonte de financiamento primordial”, pode ler-se no estudo.
Desde 2008, os não residentes deram sempre contributos positivos para o crédito às empresas portuguesas, excepto em 2014. Por outro lado, os credores nacionais deram quase um contributo negativo em quase todos os anos.
Esse espaço perdido foi ocupado por duas vias principais: mais pedidos de empréstimo ao exterior; e emissão de obrigações, normalmente compradas por estrangeiros. O primeiro caso é interessante, uma vez que esses empréstimos são sobretudo feitos via empresas do mesmo grupo que operam no exterior, que posteriormente canalizam esses fundos para as empresas portuguesas.
Ainda assim, o estudo nota que só um grupo muito reduzido de empresas pode beneficiar destas alternativas de financiamento. A esmagadora maioria das empresas continua dependente de empréstimos junto da banca nacional. No actual contexto de desalavancagem, elas têm procurado equilibrar as suas estruturas financeiras através do reforço dos capitais próprios, nomeadamente a acumulação de resultados positivos.