Os CTT fecharam o primeiro trimestre do ano com uma queda de quase 50% nos lucros, num período marcado pela recuperação do correio expresso e encomendas, mas pela descida das receitas com os serviços financeiros e o aumento de gastos operacionais.
De janeiro a março, os resultados líquidos da empresa postal liderada por Francisco Lacerda (na foto) totalizaram 5,36 milhões de euros, menos 48,2% do que os 10,34 milhões de euros encaixados no mesmo período do ano passado. A uma estabilização das receitas na casa dos 176,9 milhões de euros, correspondeu no entanto um agravamento de 4,3% nos gastos operacionais, para 158,5 milhões de euros, resultando num EBITDA reportado de 18,4 milhões de euros.
O valor dedicado a amortizações, depreciações, provisões e imparidades aumentou 20,1% no espaço de um ano, para 8,8 milhões de euros, penalizando ainda mais as contas.
No capítulo das receitas, uma das maiores subidas registou-se no negócio de encomendas e expresso (mais 21,8%), destacando-se novos clientes business to consumer da CTT Expresso e o contributo do e-commerce – o negócio last mile cresceu 39,1% à conta das compras online.
O rendimento operacional do Banco CTT aumentou quase 29% para 5 milhões de euros. Neste período, a instituição teve um investimento de 2,3 milhões e viu aumentar os depósitos em 45,8 milhões de euros para 665 milhões (o dobro do valor verificado no final do primeiro trimestre de 2017). A beneficiar esteve a transferência do negócio da Payshop para o perímetro do banco.
Já os serviços financeiros (de onde saiu o Payshop) registaram uma queda de 37% no volume de negócios, para 9,8 milhões de euros, facto que a empresa justifica, no comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), com o “decréscimo dos rendimentos dos produtos de poupança”, nomeadamente o associado aos Certificados de Tesouro Poupança Crescimento.
Ainda segundo o comunicado à CMVM, a Gestmin, detida por Manuel Champalimaud, reforçou no primeiro trimestre a sua presença enquanto acionista de referência na empresa, para os 12,393%, contra 11,15% no final do ano passado. Somadas, as participações da Gestmin e detidas a título individual por Manuel Champalimaud ascendem a 12,583% (face a 11,345% no final de 2017).