Ano após ano, Portugal tem vindo a ter destaque nas mais diversas áreas, e o vinho não tem sido exceção. Seja com a chegada do turismo de qualidade que aprecia boa comida e bom vinho, seja com produtores externos a utilizarem a Touriga Nacional, seja com críticos internacionais rendidos à qualidade do nosso vinho, o facto é que está a chegar a hora do vinho português no mundo.
E para finalmente vingarmos e apagarmos a imagem de muitos anos a vender vinhos menos bons e baratos pelo mundo fora, há que nos mantermos fieis a nós mesmos e às nossas origens. Saber o que é um genuíno vinho português, vinhos que contam uma história!
É natural que, sendo Portugal um dos principais produtores internacionais, com quotas de mercado muito consideráveis em vários países, com uma grande diversidade de climas, solos e castas, seja imensa a tentação de fazer “vinhos à medida”, não só para cada mercado onde queremos estar presentes, mas para cada cliente que nos aborda.
Mas, temos que tirar partido da nossa diversidade com uma visão estratégica de longo prazo, que nos permita, no futuro, ombrear com as grandes marcas internacionais, sermos mais valorizados pelo trade internacional e levar a nossa “micro culturalidade” mais longe.
Temos que “regressar à fronteira” para nos redescobrirmos. Temos que olhar para dentro e perceber, de facto, onde fazemos a diferença. E essa diferença está na nossa História, na nossa cultura e na nossa noção de terroir, que definem as características vínicas do nosso país.
Acreditando que temos o nosso lugar no mundo dos vinhos, temos que saber adaptar a nossa oferta procurando manter o que a nossa terra nos dá de melhor e a génese do que é uma videira em solo português.
Os vinhos portugueses têm cada vez mais carácter, mais personalidade e exprimem cada vez melhor o nosso terroir. Temos inúmeros exemplos de grandes vinhos, topo de gama, com reconhecimento internacional. Já não podemos voltar atrás. Não há retorno, nem regresso.
Por fim, temos que ser um só lá fora. Temos que ser Portugal.