Menos de um em cada três desempregados portugueses entre 20 e 34 anos diz que não aceitaria mudar de casa para arranjar trabalho. Esses 29% são a percentagem mais baixa entre todos os países europeus para os quais o Eurostat tem dados. A média europeia é 50%.
Portugal está acima da média entre aqueles que estão dispostos a mudar-se dentro do país onde já vivem (29% vs. 21%), para outro país da UE (16% vs. 12%) e para outro país fora da comunidade europeia (25% vs. 17%).
“50% dos desempregados da UE entre os 20 e os 34 anos estão relutantes em mudar o seu local de residência por um trabalho, 21% estão preparados para se mudar por um emprego, mas apenas no mesmo país [onde vivem], enquanto 12% consideraria mudar-se para outro Estado-membro da UE. 17% estaria mesmo disposto a mudar-se por um trabalho fora da UE”, escreve o Eurostat.
O nível de qualificações parece ser importante na toma de decisões. “Os jovens desempregados com elevado nível de educação estão mais preparados para se mudar por um trabalho do que os jovens desempregados com um nível de formação médio ou os jovens desempregados com com um baixo nível de formação”, acrescenta o instituto europeu de estatísticas.
A abertura dos jovens portugueses para mudarem de casa contrasta com Malta, onde 73% da população nessa faixa etária diz que não estaria disposta a alterar a sua residência. É o valor mais elevado da Europa, seguido pela Holanda (69%) e Chipre (68%). Percentagens que mais que duplicam os valores portugueses.
Apesar desta elevada disponibilidade entre os portugueses, ela não parece estar a concretizar-se. Nove em cada dez não se mudou para ocupar o posto de trabalho actual (praticamente igual à média europeia).