Depois de todo o alarido e das ameaças veladas aos seus três principais parceiros comerciais, Donald Trump, confrontado com a realidade e com as retaliações anunciadas pelo Canadá e México, recuou em toda a linha e retirou as tarifas de 25% sobre os produtos importados dos seus países vizinhos, que deveriam entrar hoje em vigor, mantendo, pelo menos por agora, uma taxa de 10% sobre os produtos da China.
Alegadamente, este não foi um recuo, mas sim um adiamento por 30 dias. Segundo Donald Trump, a decisão foi tomada após conversas telefónicas com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, que prometeram reforçar o policiamento das fronteiras. Contudo, para muitos analistas, este argumento não passou de uma desculpa de última hora para que Trump não perdesse a face, e pudesse recuar numa política que poderia atirar a economia norte-americana para uma das piores recessões de sempre. Os alertas vieram de todo o lado. Desde o prestigiado economista Paul Krugman, Nobel de Economia e antigo professor do MIT e da Universidade de Princeton, que classificou estas tarifas de “muito, muito destrutivas” para a economia norte-americana.