A dimensão do fenómeno coincide com a enorme dimensão da sua vida pública, em 70 anos de um reinado que atravessou dois séculos. Hoje acontece o primeiro funeral de Estado desde a morte de Winston Churchill, em 1965, e será a maior operação de segurança de sempre em Londres, com líderes de todo o mundo a prestarem uma última homenagem à Rainha Isabel II. Nas ruas, são esperadas milhões de pessoas que querem despedir-se da sua monarca.
Com o enterro desta figura ímpar da história do Reino Unido e do mundo, abre-se uma nova era para a política britânica, e não só. É o primeiro dia do resto da vida da coroa britânica, uma referência mundial. Até agora, Isabel II serviu como figura tutelar e apaziguadora de quaisquer movimentos republicanos que mal despontaram no reino. A sua ausência mudará tudo. A partir de hoje, fica aberto um espaço para um debate cada vez mais vocal – e cada vez mais necessário.