Sabemos que é só um jogo, mas uma das belezas do desporto é a possibilidade que ele nos dá para aprender mais sobre a vida, em especial sobre a forma como se podem superar os fracassos e reencontrar os caminhos que nos levem à vitória. No mítico estádio de Wembley, palco de tantos confrontos heroicos e inesquecíveis, com os mais diversos intervenientes, a seleção italiana de futebol demonstrou ontem, na final do Euro 2020, que o mais importante nunca é a queda, mas sim a forma como nos levantamos a seguir.
Apenas três anos depois de, pela primeira vez em seis décadas, ter falhado a qualificação para um campeonato do mundo e, com isso, descer ao patamar mais baixo da sua história, a Itália está de novo no topo do futebol mundial. E conseguiu essa reviravolta após ter reinventado a sua seleção e a sua forma de jogar, libertando-se das táticas defensivas e cínicas que privilegiavam sempre o resultado em vez do espetáculo, e que foram a sua imagem de marca durante ciclos sucessivos. Mais: mesmo sem os grandes jogadores de outros tempos, daqueles que ganhavam Bolas de Ouro e faziam da Série A italiana o melhor e mais rico campeonato do mundo, a nova Itália liderada por Mancini voltou a lembrar-nos a todos, neste torneio, algo de que por vezes nos esquecemos: que o futebol é um desporto de equipa. Em que, como se viu, ganha quem consegue formar o conjunto mais unido e equilibrado e não o que possui as estrelas mais cintilantes, famosas e ricas.
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