O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) afirma que o projeto de Psiquiatria Comunitária da instituição representa um “hospital para todos”, próximo das pessoas.
“O projeto de Psiquiatria Comunitária é resultado da visão de um hospital para todos, próximo das populações, aberto à sociedade, humanista e integrador. Em linha com o que é hoje um hospital moderno, o CHUC quer ser, cada vez mais, um hospital próximo das pessoas e a sair dos muros da instituição”, disse à agência Lusa José Martins Nunes.
Para o responsável da administração, o projeto que começou em 2011 com a Unidade de Saúde Mental de Leiria-Norte e que atualmente conta com mais quatro equipas que cobrem todo o distrito de Coimbra, “é um projeto ganhador, quer do ponto de vista da gestão quer do ponto de vista da população que serve”.
“[Representa] menos urgências, menos internamentos, menos custos, menos transtornos e dificuldades para os doentes e para as suas famílias, com deslocações ao hospital, com preocupações quanto à evolução da sua doença”, argumentou José Martins Nunes.
Já a psiquiatra Ana Araújo, da Unidade de Saúde Mental Comunitária Leiria-Norte, disse que o trabalho da equipa que coordena naquela área geográfica permitiu reduzir o volume de internamentos em cerca de 60%.
Outros dados apontam para uma redução das faltas a consultas daquela especialidade – no centro de saúde de Figueiró dos Vinhos, onde a equipa se desloca duas vezes por semana, a percentagem de doentes faltosos cifra-se em 13,9% enquanto no CHUC atingia 21,5%.
A média de idades dos doentes assistidos pela equipa de psiquiatria comunitária é de 55 anos e 30% tem mais de 65 anos.
“A grande mais-valia deste projeto é que cuidamos das pessoas no seu espaço habitual, permite lidar com a doença mental como se lida com a doença física. Enviamos para o hospital aquele que precisa de cuidados hospitalares diferenciados, com internamento e tudo isso”, frisou.