A estrutura foi criada pela associação de solidariedade social Amparo da Criança, que, tendo sede em S. João da Madeira, funciona em regime de voluntariado e segue o modelo do Banco de Leite de S. Tomé e Príncipe, dinamizado pelo frei Francisco Ventura.
“Conhecemos o frei em 2014, fizemos uma recolha de bens para S. Tomé e nessa altura apercebemo-nos de que fazia sentido ter o mesmo projeto em Portugal”, revela à Lusa António Castanheira, presidente do novo Banco de Leite.
A primeira recolha organizada pela instituição realizou-se em julho em cinco superfícies comerciais dos concelhos de S. João da Madeira, Feira e Oliveira de Azeméis, com a estrutura a reunir em dois dias 2,8 toneladas de bens.
As primeiras beneficiárias do projeto em território nacional atuam nos municípios de S. João da Madeira, Feira, Estarreja e Matosinhos, mas o presidente do Banco de Leite espera poder intervir numa geografia mais alargada.
A principal dificuldade que a estrutura enfrenta nesse domínio prende-se com a ausência de um armazém que possa funcionar como depósito oficial dos bens doados. “Temos um espaçozinho muito pequeno e isso está a ser um problema, porque também recolhemos artigos usados com alguma dimensão – carrinhos de bebé, material didático, etc. – e precisávamos de uma área maior, para guardar tudo e receber pessoas”, explica.
Leite em pó, leite substitutivo do leite materno, leite normal, farinhas lácteas, papas de frutas e outros sabores, flocos de cereais, iogurtes e bolachas são os donativos prioritários, a que se juntam depois ainda fraldas, toalhitas, produtos de higiene, material de puericultura, material escolar e artigos didáticos.