A União Africana decretou 2015 como o “Ano da Capacitação das Mulheres” e o BM trabalha “de muito perto com as autoridades africanas (…) para estabelecer uma agenda de trabalho na questão do género”, disse o vice-presidente para a região do Banco Mundial (BM), Makhtar Diop. A divisão de África do Banco Mundial criou há dois anos o Africa Gender Innovation Lab (Laboratório de Inovação de Género) para fazer avaliações do impacto de intervenções do BM e dos países a este nível.
No Ruanda percebeu-se ao nível da agricultura que “quando a mulher era dona da terra investia duas vezes mais que o homem”. Em Moçambique está a decorrer um estudo que avalia o impacto de um programa de atribuição de crédito a mulheres empresárias e a setores onde a maioria dos funcionários são mulheres.
O vice-presidente para África do BM também pensa que os países deviam apostar no combate à disparidade entre os géneros em termos de educação. Casamentos e gravidezes precoces ou a necessidade de ajudarem em casa “empurram” muitas vezes as raparigas para fora da escola com consequências muito negativas dada a “correlação entre a educação e o nível de rendimento e o padrão intergeracional”, assinalou Makhtar Diop.
A educação das raparigas faz diminuir a probabilidade de terem filhos que morrem antes dos cinco anos e “quando as mulheres não têm educação de nível secundário a probabilidade dos seus filhos também não concluírem a educação secundária é muito maior”, precisou.