Uma experiência de voluntariado em Cabo Verde foi a fonte de inspiração para o médico dentista Miguel Pavão decidir fundar a Mundo a Sorrir – Associação de Médicos Dentistas Solidários Portugueses. Já lá vão nove anos, com muitas cáries tratadas (e evitadas) pelo meio.
Em Portugal, os vários programas de saúde oral desta ONG já chegaram a 33 mil pessoas, mas se acrescentarmos a atividade desenvolvida em Cabo Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé, o número de pessoas apoiadas, ao longo de quase uma década, sobe para 163 mil pessoas.
A Mundo a Sorrir procura fazer chegar a saúde oral sobretudo a crianças, grávidas e idosos com poucos recursos económicos. Uma das principais áreas de intervenção da associação é a prevenção. Só em Portugal, já realizaram mais de 2300 palestras para promover os cuidados de saúde oral.
Miguel Pavão aponta como um dos problemas da saúde oral a débil aposta na prevenção e refere que só 3% dos orçamentos de saúde na União Europeia é que são dedicados à promoção e prevenção em saúde.
Apesar de não ter qualquer parceria com os cheques-dentista atribuídos pelo Estado, a Mundo a Sorrir procura informar a população sobre o seu funcionamento, já que muitos não sabem que têm direito a este apoio.
Atualmente, só as crianças de 7, 10, 13 e 16 anos que estudem em escolas públicas têm direito a receber os cheques-dentista, no valor de €35 euros.
Quando lançou o projeto, Miguel Pavão contava com o apoio de 12 voluntários, hoje são mais de 600, entre médicos de especialidade, dentistas, higienistas e nutricionistas.