O “Teorema do Macaco Infinito” coloca a hipótese de que, dada uma máquina de escrever a um macaco e uma quantidade infinita de tempo, este poderia, em teoria, produzir uma obra completa de William Shakespeare. Agora, esta hipótese foi posta em causa por Jay Falletta e Stephen Woodcock, dois matemáticos australianos, que concluíram que todos os chimpanzés do mundo, com toda a vida útil do universo, “quase de certeza” que nunca chegariam a replicar uma das obras do poeta britânico. “É um daqueles exemplos em que o conceito matemático de infinito dá-nos um resultado que é grosseiramente enganador no mundo real”, disse Woodcock à NBC News.
Os seus cálculos basearam-se na hipótese de um macaco passar cerca de 30 anos a digitar uma tecla por segundo num teclado com 30 teclas – com letras da língua inglesa e alguma pontuação. Segundo as suas conclusões, o tempo que um destes animais demoraria a reproduzir as obras de Shakespeare seria superior ao tempo de vida do nosso universo. “Partimos de algumas suposições bastante generosas sobre a eficiência de dactilografia de um macaco, com uma suposição bastante generosa sobre a rapidez com que podiam dactilografar”, explicou.
Para o artigo, publicado na revista Franklin Open, foi utilizada a teoria da “morte por calor” do universo, que estima a sua extinção daqui a cerca de um googol de anos – ou seja, um 1 seguido de 100 zeros. Outras considerações mais práticas – como o que os macacos comeriam ou como sobreviveriam ao aquecimento da Terra – foram excluídas. “Nem sequer um caso num milhão”, disse Woodcock à New Scientist.
De acordo com Woodcock, haveria apenas cerca de 5% de hipóteses de um macaco conseguir escrever, por exemplo, sequer a palavra “bananas” durante a sua vida.