O verão climatológico – de 1 de junho a 31 de agosto – vai arrancar em breve. Nos últimos dois anos, Portugal continental registou dois dos seus seis verões mais quentes desde 1931.
Alfredo Graça, geógrafo e especialista do projeto de informação meteorológica Meteored, refere, em comunicado, que preveem-se temperaturas significativamente acima da média no verão 2024 em Portugal.
“A previsão sazonal multi-sistema do C3S – que consiste num modelo que combina oito diferentes modelos e por isso acarreta um maior grau de confiança, com mais consistência e fiabilidade – vislumbra um verão muito mais quente do que o normal não só em Portugal, mas também numa grandíssima parte do continente europeu, como por exemplo a Europa mediterrânea e a região dos Balcãs”, analisa.
Segundo o especialista, no que diz respeito especificamente a Portugal, se tivermos em conta apenas os 20% dos verões mais quentes de que há registo, a probabilidade de a próxima estação se enquadrar nesta categoria é de” 60-70% para as regiões do litoral (exceto Minho) e de 70 a 100% para as regiões do interior, Minho, Açores e Madeira”.
Os meses de junho, julho e agosto vão registar “surpresas” em relação à precipitação?
Segundo observado no mapa do referido modelo, “tudo indica que o verão 2024 em Portugal e em grande parte da Região Autónoma da Madeira será seco, com uma probabilidade a rondar os 40-50%, o que não abona a favor das regiões cronicamente mais carentes de água (Algarve e Alentejo) e que dela mais necessitam para enfrentar a estação estival”, lê-se. Para os Açores não se detetam valores fora do comum.
Apesar do verão ser climatologicamente a estação mais seca do ano, é relativamente comum a ocorrência das famosas “trovoadas de verão” em várias regiões do Continente. Tendo isto em conta, bem como o facto da variável da precipitação ser a que acarreta mais incerteza a longo prazo, “é necessário realçar que uma única tempestade ou trovoada de verão pode alterar substantivamente o balanço pluviométrico”, revela Alfredo Graça.