Elon Musk esteve em entrevista, esta quarta-feira, durante a conferência DealBook do New York Times, e abordou a saída de vários anunciantes da plataforma e o futuro da mesma.
Quando questionado sobre a retirada de publicidade da rede social, o dono da X – anteriormente conhecida por Twitter – respondeu de forma inusitada, atacando os anunciantes. “Espero que parem. Deixem de ter publicidade. Se tentarem chantagear-me com publicidade ou com dinheiro, vão-se lixar. Vão-se lixar. É claro? É bom que esteja claro”, afirmou Musk.
Empresas como a IBM, Apple, Disney, Warner Bros, NBC Universal e a Comissão Europeia suspenderam, no último mês, a publicidade na rede social, após acusações de comentários antissemitas de Musk, que concordou com publicações que acusavam os judeus de promover ódio aos “brancos”, e faziam alusões à teoria da conspiração da “grande substituição” (que sustenta que os judeus e os esquerdistas pretendem a substituição étnica e cultural das populações brancas, conduzindo a um “genocídio branco”).
Na entrevista, Musk pediu ainda desculpa discurso antissemita que partilhou numa publicação na rede social, descrevendo-a como, possivelmente, a pior que já tinha feito. “Foi uma parvoíce da minha parte. Dos 30 mil é capaz de ser literalmente o pior e mais estúpido post que já fiz”, desculpou-se.
Apesar da resposta, Musk reconheceu que a linha de publicidade pode ser o fim da rede social X, que comprou por 44 mil milhões de dólares, em 2022. “O que este boicote publicitário vai fazer é matar a empresa. E o mundo inteiro saberá que esses anunciantes mataram a empresa”, acrescentou.
Desde que assumiu o controlo da X que os anunciantes da plataforma têm manifestado a sua preocupação com políticas como a redução da moderação de conteúdos. A saída dos vários anunciantes ocorreu depois de a Media Matters, um organismo de vigilância do antissemitismo, ter publicado um relatório em que afirmava que os anúncios pagos por grandes empresas estavam a aparecer junto a posts de teor neonazi. Posteriormente, a X apresentou um processo por difamação contra o site noticioso.