Sete anos após a última tournée mundial, Beyoncé voltou a fazer-se à estrada. A fim de promover o seu mais recente álbum, a rainha da Pop dará 57 concertos em 40 cidades europeias e norte-americanas, entre maio e setembro deste ano.
Imagine-se então qual não terá sido o entusiasmo dos fãs da cidade de Estocolmo ao perceberem que a capital sueca tinha sido escolhida como ponto de partida de Renaissance Wourld Tour, a 10 de maio. Porém, aquilo que, ao princípio, pode ter parecido uma grande sorte, rapidamente se revelou a fonte de problemas económicos.
É que, segundo economistas do Danske Bank, o facto de a cantora ter iniciado a digressão mundial em Estocolmo conduziu a um aumento nos preços dos hotéis locais, o que, por sua vez, traduziu-se num aumento da inflação sueca, a qual superou as expectativas.
Mais, o Sweden Statistics informou na quarta-feira, 14 de junho, que a taxa de inflação (que exclui mudanças nos preços da energia) caiu apenas 0,2 pontos percentuais entre abril e maio – para 8,2% – uma margem menor do que os economistas e o banco central esperavam.
Em entrevista à BBC, Michael Grahn, economista-chefe do Danske na Suécia, sublinhou porém que, apesar de poder ter tido um peso relativo nos valores registados, a cantora não será a culpada pelos grandes números da inflação sueca, que, tal como no resto da Europa, depende da guerra na Ucrânia e das falhas das cadeias de abastecimento.
De qualquer forma, Grahn comentou com o Financial Times que a situação “é bastante surpreendente para um único evento” e que nunca tinha visto algo assim antes. Segundo o mesmo jornal, existem evidências que a maioria dos 92 mil fãs que se reuniram para assistir aos dois concertos que a cantora deu em Estocolmo, “teve de ficar fora da capital e com preços altamente elevados”.
Muitas destas pessoas seriam, sobretudo americanos que aproveitaram, não só o valor superior do dólar em relação à coroa sueca, mas também os preços inferiores dos bilhetes europeus. Por exemplo, se para entrar na sueca Friends Arena, os espetadores pagaram entre 60$ e 140$, em Las Vegas terão de gastar de 91$ a 689$.
Resta agora esperar para perceber se a passagem da “rainha” por países europeus com a Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Holanda ou Polónia terá o mesmo efeito.