O The Washington Post relatou, no final de janeiro, que a Subway foi alvo de um processo de ação coletiva no estado da Califórnia, em que é alegado não haver realmente atum nos produtos desta cadeia. A empresa garante que “não há qualquer verdade por detrás das alegações da queixa apresentada na Califórnia”, com oporta-voz da companhia a assegurar, ao The New York Times, que e “[a] Subway entrega aos seus restaurantes 100% de atum cozido, que é misturado com maionese e utilizado em sanduíches, wraps e saladas feitas na hora, que são servidas e apreciadas pelos nossos convidados”.
O The New York Times quis, então aprofundar a questão e comprou mais de um metro e meio de sanduíches de atum da cadeia, enviando a pasta para um laboratório de testes de fast-food. Durante o período de análise do produto, contactaram especialistas no enlatado mais popular dos EUA.
O atum teve um processo de ascensão de popularidade com o passar dos anos, à medida que as pessoas começaram a perceber que os enlatados podiam traduzir-se em refeições rápidas, baratas e sem necessitarem de cozinhar. Em 1980, cerca de 85% dos americanos já tinham atum nas suas despensas.
Há quem adore e quem deteste, mas a verdade é que o produto vende. Quando a pandemia rebentou e foi declarado o primeiro confinamento, os produtos enlatados tiveram uma grande procura a partir do momento em que ninguém sabia ao certo quanto tempo este duraria. Em 2020, o mercado global de conservas de atum foi avaliado em 8,57 mil milhões de dólares, de acordo com a Grand View Research.
A Subway tem quase 40 mil lojas em todo o mundo, cerca de metade delas nos Estados Unidos da América. Em resposta a um e-mail do The New York Times, a porta-voz da companhia referiu ainda que “entre as sanduíches da Subway, a de atum é a preferida dos nossos clientes”.
Karen Dhanowa e Nilima Amin, as queixosas no processo, não gostam da sanduíche de atum Subway, visto que acreditam que esta “tudo menos atum”, de acordo com a sua queixa preenchida em janeiro. Além disso, alegam que a Subway enganou os seus consumidores por vender produtos promovidos como atum de forma a cobrar um “preço premium”.
A porta-voz da marca acrescentou que, dados os factos, “esta queixa constitui um ataque à marca Subway e à sua boa vontade”.
Os resultados
O laboratório, que pediu anonimato para que não prejudicar nenhuma oportunidade de trabalho diretamente com a Subway, não conseguiu identificar a espécie de atum presente na pasta. “Em primeiro lugar, o atum pode estar tão processado que, de tudo o que conseguimos retirar, não foi possível fazer uma identificação. Ou então não há realmente a presença de atum”, explicou um especialista do laboratório.
A Subway rejeitou comentar os resultados.
As queixosas fizeram um aditamento ao processo, em junho, onde a reclamação já não se centrava na origem do atum mas sim se este era pescado de forma 100% sustentável.