O degelo de um glaciar no Monte Branco revelou a presença de um esconderijo de jornais que remontam aos anos 60, época em que ocorreu um desastre aéreo na zona.
Timothée Mottin, gerente de um restaurante local, conta à CNN que encontrou cerca de doze jornais no gelo que datam de janeiro de 1966. O mais impressionante é que o papel se encontra num ótimo estado de conservação. Apesar de estarem um pouco rasgados, Mottin afirma que é possível “lê-los e desdobrá-los”.
Dhruva Jaishankar, diretor da Observer Research Foundation (ORF), uma organização independente de inevestigação nas áreas da segurança, estratégia, economia, desenvolvimento e energia, publicou o anúncio na sua página do Twitter.
Os jornais foram descobertos no Glaciar dos Bossons, a maior cascata de gelo na Europa, que se localiza no cume do Monte Branco.
Uma vez que o restaurante de Mottin se encontra muito próximo do glaciar, é muito habitual deparar-se com objetos no gelo naquela zona. “À medida que o glaciar avança, ele traz objetos do topo do Monte Branco”, explica.
Um dos jornais corresponde é a edição de 20 de janeiro de 1966 do National Herald, um jornal indiano, cujo título remete para a eleição de Indira Ghandi como primeira-ministra do país. Como conta a CNN, é provável que os jornais tenham caído durante o acidente aéreo do “Kanchenjunga”, um Boeing 707 da Air India. O episódio ocorreu a 24 de janeiro de 1966 num voo que era suposto ir de Bombaim a Londres, mas que, por engano, acabou por ir fazer um desvio na rota e foi parar ao Monte Branco.
É habitual os moradores encontrarem objetos como metal e arame no fundo do glaciar. Em 1986 até chegou a ser avistado um comboio enterrado no gelo.
Mottin tem a ideia de entregar os jornais a um museu, mas afirma que, por enquanto, “ficarão expostos na cabine que fica ao lado do glaciar”.