O objetivo da pesquisa eram compreender melhor a relação e o impacto que as alterações ambientais exercem na saúde das crianças. Em especial, no aparecimento da obesidade. Martine Vrijheid, líder da investigação publicada na Environmental Health Perspectives, afirma que “este é um dos primeiros estudos que mede uma quantidade variáveis diferentes e depois as analisa em conjunto”.
Assim, os especialistas estudaram o efeito de 77 fatores durante a gravidez e 96 durante a infância. No fim, concluíram que a poluição atmosférica, o tabaco e o meio envolvente da criança são preponderantes. para o aparecimento da obesidade, logo desde o nascimento.
Um estudo anterior, realizado com ratos em laboratório, também revelou que existe uma relação entre a poluição do ar e o aparecimento de inflamações internas. Estas conduzem à diminuição do metabolismo, o que conduz ao aumento do peso.
Ar poluído e…falta de parques infantis
Relativamente às alterações que ocorrem durante a gravidez, o estudo revelou que respirar ar poluído durante a gestação diminui significativamente o peso dos bebés. Assim, o corpo tenta repor o mesmo após o nascimento, o que acelera o aumento do peso e conduz à obesidade, explica Vrijheid.
Quanto aos fatores ambientais, não há dúvidas que os meios urbanos apresentam níveis mais elevados de poluição atmosférica. No entanto, são mais acessíveis do que os meios rurais. Segundo o estudo, isso pode equilibrar a balança, ao contribuir para o aumento da atividade física, e a consequente diminuição da obesidade.
Também o meio envolvente no qual a criança está inserida ao longo do seu crescimento pode conduzir à obesidade. Ao que adianta agora esta pesquisa, crianças que vivem em áreas com pouca oferta de parques infantis apresentam um índice de massa corporal mais elevado.