Um grupo de investigadores, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estimou que 55,3% da população mundial foi exposta a níveis crescentes de poluição atmosférica entre 2010 e 2016. As maiores concentrações de agentes poluentes estão na Ásia.
“A poluição do ar está no topo da agenda global e é amplamente reconhecida como uma ameaça à saúde pública e ao progresso económico”, lê-se no estudo, publicado na revista Nature. A OMS calcula que 4,2 milhões de mortes anuais podem ser atribuídas à poluição do ar. Por isso, desenvolveu Diretrizes de Qualidade do Ar (AQG) para orientar e reduzir os impactos causados na saúde.
As altas concentrações de agentes poluentes observadas em partes do Médio Oriente, Ásia e África Subsariana estão associadas à poeira do deserto, que tem uma elevada concentração e pode percorrer longas distâncias em certas áreas do mundo.
As políticas a longo prazo com o objetivo de reduzir a poluição do ar mostraram-se eficazes e foram implementadas em muitos países, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, desde a segunda metade do século XX. No entanto, mesmo em países com o ar mais limpo, há um grande número de pessoas expostas a níveis perigosos de poluição atmosférica, acrescenta o estudo.
A maioria da população do mundo continua vulnerável a níveis de poluição substancialmente acima das diretrizes da OMS – a poluição atmosférica é considerada uma ameaça crescente à saúde pública. Políticas e investimentos que apoiam o acesso sustentável a energias e transportes limpos, bem como a casas com eficiência energética e à gestão de resíduos municipais, “podem reduzir as principais fontes de poluição do ar.”
Mais investigações neste assunto são necessárias para orientar futuras políticas públicas na direção certa, concluem os cientistas. As intervenções não melhorariam apenas a saúde, mas serviriam também como catalisadores para o desenvolvimento económico local.