Cientistas identificaram novas espécies de tubarão que parecem um elo perdido entre os animais aquáticos e os terrestres – que conseguem nadar e andar. Os novos “tubarões andantes” pertencem ao género Hemiscyllium, um dos que compõem a família dos Hemiscylliidae, e residem nas águas pouco profundas que separam a Austrália da Papua-Nova Guiné. Com menos de um metro de comprimento, a espécie usa as suas barbatanas não só para nadar mas também para caminhar – como se de um réptil se tratasse – no chão do oceano durante as marés baixas. A sua invulgar capacidade de locomoção torna-a um dos principais predadores dos recifes que dividem o Oceano Pacífico do Índico.
O objetivo inicial do estudo, um trabalho conjunto de várias instituições científicas, era recolher amostras de ADN das únicas espécies já conhecidas deste tipo de tubarões, para compreender o seu processo evolutivo. Durante o processo, os investigadores acabariam por descobrir quatro novas espécies.
Segundo os investigadores, a espécie foi uma das mais afetadas pelos eventos de extinção em massa que diminuíram a temperatura dos oceanos, obrigando-os a procurar águas mais quentes. “A descoberta prova que os tubarões modernos têm um notável poder evolutivo de permanência e capacidade de se adaptar às mudanças ambientais”, disse Mark Erdmann, coautor do artigo, à estação televisiva americana CNN. Estima-se que o seu afastamento terá ocorrido há cerca de 2 milhões de anos, um número recente para a escala da evolução das espécies.
Em declarações ao jornal da Universidade de Queensland, Austrália, Christine Dungeon coautora do estudo, espera que no futuro sejam descobertas novas espécies de “tubarões andantes” e que novas pesquisas consigam compreender o porquê de tanta riqueza marinha naquela região.