As terras remotas do noroeste do sul da Austrália (Anangu Pitjantjatjara Yankunytjatjara, ou APY, na sigla), uma área habitada por aproximadamente por 2 300 aborígenes, foram invadidas, em dezembro do ano passado, por uma população de 10 mil camelos agressivos em busca de água.
As autoridades locais confirmaram através de uma publicação no Facebook que iniciaram quarta-feira (8 de janeiro) o abate – com a duração de cinco dias – dos camelos que têm causado estragos a infraestruturas da pequena comunidade aborígene e contaminado os seus recursos alimentares. “Em alguns casos, os camelos mortos contaminaram importantes fontes de água e locais culturais”, disse Richard King, gestor das terras APY, à ABC.
As populações de camelos selvagens, quando em condições extremas, são consideradas pestes e têm capacidade para destruir terrenos agrícolas e de esgotar as reservas de água das pequenas comunidades daquela zona.
A operação irá decorrer numa zona de segurança com recurso a helicópteros e estima-se que os atiradores profissionais abaterão entre 4 a 5 mil camelos e as suas carcaças serão, semanas mais tarde, queimadas. A espécie em causa será a próxima vítima da seca provocada pela devastadora temporada de incêndios que afeta o país desde setembro do ano passado.
Os cientistas estimam que já morreram centenas de milhões de animais durante os incêndios e receiam que algumas espécies de animais e plantas possam ter sido completamente extintas.