O buraco na camada de ozono registado este ano é o menor desde a sua descoberta. O fenómeno atingiu a sua extensão máxima de 16,4 milhões de km2 a 8 de setembro. No entanto, no resto do mês e em outubro, diminuiu para menos de 10 milhões de km2, de acordo com medições de satélite da NASA e da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration).
O ozono é uma molécula fortemente reativa, composta por três átomos de oxigénio, que ocorre naturalmente em pequenas quantidades. A camada de ozono é um filtro solar que protege a Terra de radiação ultravioleta potencialmente prejudicial, que pode causar danos graves como cancro de pele, suprimir o sistema imunitário e danificar plantas. Por isso o buraco na camada de ozono – descoberto na Antártida em 1985 – apresenta riscos para os seres vivos.
Paulo Newman, cientista da NASA, declarou que considera que são ótimas notícias para o ozono no Hemisfério Sul; mas acrescentou que isso não se traduz numa recuperação súbita do ozono. “É importante reconhecer que o que estamos a ver este ano se deve às temperaturas estratosféricas mais quentes. Não é um sinal de que o ozono atmosférico esteja subitamente num caminho rápido para a recuperação.”
O buraco na camada de ozono na Antártida forma-se durante o final do inverno no Hemisfério Sul, quando os raios do Sol formam reações que afetam o ozono. Os sistemas climáticos que interrompem o buraco na camada do ozono são tipicamente modestos em setembro. No entanto este ano foram extraordinariamente fortes, aquecendo drasticamente a estratosfera da Antártida. Com o aquecimento da estratosfera, a formação de nuvens estratosféricas polares – que são a principal fonte do processo de destruição do ozono – diminuiu. Assim, o ar rico em ozono avançou até à área acima do buraco na Antártida. Isso levou a níveis de ozono muito mais elevados que o normal no Continente Gelado, e à diminuição do buraco na camada de ozono.
Cientistas esperam que a camada de ozono antártica recupere totalmente por volta de 2070.