Um grupo de cientistas descobriu, recentemente, o motivo de os vombates, marsupiais naturais da Austrália com cerca de um metro de comprimento e uma cauda curta e grossa, terem fezes com formas cúbicas.
Estes animais são únicos no mundo porque, normalmente, as fezes assumem vários tamanhos e formas diferentes, mas as suas têm sempre esta forma, o que intrigava os seus observadores.
Agora, uma equipa do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, afirma ter descoberto os processos digestivos que explicam a forma peculiar das fezes destes animais.
Para o estudo, foram analisados os aparelhos digestivos de vombates mortos em colisões com veículos na Tasmânia, ilha da Austrália. A partir daí, os cientistas decobriram que, como estes animais demoram cerca de duas semanas a fazer a digestão completa, as fezes movem-se para os 8% finais do intestino e mudam do estado líquido para o sólido.
É nessa altura que a matéria sólida assume a forma cúbica, com cada cubo a medir cerca de dois centímetros de comprimento. A equipa procedeu ao esvaziamento e posterior dilatação do intestino dos animais e percebeu que as suas paredes se distendem de maneiras desiguais, permitindo a formação de fezes com formas cúbicas.
De acordo com os cientistas, “a tensão local varia de 20% nos vértices do cubo para 75% nas suas arestas “, o que leva a crer que o intestino se distende preferencialmente nas paredes para facilitar a formação dos cubos”, lê-se no resumo do artigo.
A produção de fezes cúbicas pelos vombates é uma característica única no mundo, já que raramente são criados cubos perfeitos de forma natural. “As estruturas cúbicas são criadas por extrusão ou moldagem por injeção, mas há poucos exemplos desse feito na natureza”, afirmam os autores.