A intenção da Quercus de vender, a uma zona de caça, terrenos da associação no Parque Natural do Tejo Internacional já não está nas mãos da direção: o Conselho Fiscal decidiu convocar uma Assembleia Geral para que sejam os associados a decidir sobre a controversa transação. Podem inscrever-se na assembleia (que deverá ocorrer na primeira quinzena de janeiro) todos os sócios com as quotas em dia.
Os terrenos, recorde-se, foram adquiridos nas décadas de 80 e 90, para fins de conservação da natureza, dado serem habitat de espécies consideradas prioritárias (águia-de-bonelli, grifo, abutre-do-egito e cegonha-negra, entre outros), e a proposta de venda à zona de caça deu origem a uma petição contra os planos da direção da Quercus que já leva cerca de duas mil assinaturas. A proposta levaria a um encaixe financeiro de “180 a 200 mil euros”, disse o presidente da associação, João Branco, à VISÃO. Segundo várias fontes internas, a organização não governamental está numa situação financeira periclitante.
Há também novidades na investigação por gestão danosa à direção da Quercus: na segunda-feira, 12, quatro dias depois de a VISÃO publicar a reportagem que dava conta do inquérito-crime, chegou ao Conselho Fiscal da associação um carta registada a solicitar vários documentos internos, entre atas e comprovativos financeiros. A investigação já decorria desde, pelo menos, fevereiro.