O impacto do movimento #metoo chegou ao extravagante Burning Man, que acontece no meio do deserto do Nevada, nos Estados Unidos. A organização decidiu que era melhor lembrar, por email, as 80 mil pessoas que compraram bilhete que o espírito de “amor livre” do evento não significa que as “regras básicas” sobre a atividade sexual não se aplicam.
Black Rock City é a cidade efémera que todos os anos acolhe o festival único no mundo, uma ode à liberdade de expressão que conta, entre várias outras atrações, com a “tenda da orgia”, cuja única imposição para entrar é ir acompanhado.
“As roupas escandalosas e a nudez podem ser consideradas convidativas. [Os outros] pensam automaticamente que o consentimento está implícito, mas consentimento implícito não existe”, explica Donna Rae Watson, diretora de um dos acampamentos do Burning Man, o Gabinete para o Discurso Erótico.
Por ano, são apresentadas cerca de 20 queixas por alegado abuso sexual, muitas por gestos, como apalpar, que não são consideradas abuso pela lei do Nevada.