Chama-se Dawlish e é um pequeno município no sul de Inglaterra muito conhecido pelas suas praias e pelas menções que a escritora Jane Austen fez no romance Sensibilidade e Bom Senso. Agora é também conhecida como a cidade onde quase tudo é proibido. Os veraneantes já pensam que, na dúvida, é proibido.
Tudo começou com os cisnes pretos trazidos da Austrália e instalados numa pequena reserva aquática local e que são, hoje, uma grande atração turística.
Perante alguns desmandos dos veraneantes e viajantes, o autarca daquela a que chama a Riviera inglesa, começou por colocar uma tabuleta para proteger os animais: é proibido dar pão ou qualquer outro tipo de comida que não seja a que se vende num quiosque para esse efeito.
O que seria um normal aviso em qualquer parte do mundo tornou-se uma obsessão para o presidente do município e começaram a aparecer placas com interdições para tudo e mais alguma coisa junto ao lago onde estão os cisnes.
Assim, é proibido: passear os cães sem trela ou com trela muito comprida, deixar que entrem na água; estacionar sem pagar ou deixar o motor do carro ligado; comer gelados a menos de um metro do lago; deitar lixo nos contentores errados; jogar à bola; amarrar embarcações no porto da cidade; caminhar pelas ruas do passeio marítimo que estão em obras; andar de bicicleta ou patins em determinados locais; beber na rua; fazer barulho.
Posto isto, Dawlish deixou de ser conhecida como a cidade de Jane Austen e dos cisnes negros e passou a ser mencionada nos sites com informações turísticas, como o TripAdvisor, como a localidade do Reino Unido com mais placas de proibição.
Com a má fama a subir os patamares do ridículo, o presidente da câmara local resolveu tomar uma nova decisão perante o coro de críticas: submeter a uma entidade superior a retirada de alguns cartazes, aqueles que considera “redundantes ou desnecessários”.