Depois de fazer uma compra online é, normalmente, pedido ao cliente que faça um comentário e dê uma avaliação – aquelas vulgares estrelas amarelas (vão de uma a cinco) que aparecem nos sites e pretendem dar uma orientação aos consumidores seguintes.
Se a loja ou o produto for classificado apenas com uma estrela está bom de ver que não terá grande sucesso de vendas; já no caso de conseguir as cinco estrelas a coisa muda de figura, e muito. Pode valer à loja uma grande êxito comercial, o mesmo é dizer dinheiro sempre a entrar.
É por isso que as empresas querem ter sempre o maior número de estrelas possível de cada cliente e sugerem sempre que se faça um comentário e se classifique.
Pois esta também pode ser uma forma de negócio. Segundo uma investigação da britânica BBC 5 é possível comprar falsos comentários com cinco estrelas. No site de compras eBay encontraram à venda classificações de cinco estrelas a pedido. O que a BBC 5 fez foi pedir que o seguinte comentário entrasse no Trustpilot (um dos maiores sites que agregam comentários sobre lojas): “Dan Box é um dos mais respeitáveis profissionais com quem já lidei. Foi um prazer fazer negócios com ele”. Refira-se que o Truspilot se apresenta como “tendo um compromisso para ser a comunidade online de classificações mais confiável do mercado”.
A investigação levou-os também ao gigante das compras online Amazon. Após entrarem em alguns grupos do Facebook foi-lhes proposto que, em troca de uma crítica positiva, lhes seria devolvido imediatamente o dinheiro que gastaram nos produtos comprados.
Tanto a Amazon como a Trustpilot recusaram estas abordagens aos clientes para as falsas cinco estrelas, referindo que não toleram este tipo de práticas.
Alguns analistas americanos dizem que quase metade das classificações atribuídas a um produto são potencialmente falsas. Mas o que está em causa são milhões e milhões de euros.
A autoridade da concorrência inglesa estima que os bons comentários que influenciam os consumidores gerem ganhos de €23 mil milhões todos os anos.