Os céticos em relação à segurança das moedas digitais, podem dormir descansados. A probabilidade de uma fortuna desaparecer de um dia para o outro é residual e a explicação é simples: é extremamente díficil advinhar a chave privada de uma bitcoin específica.
E o que é esta chave privada? É um código de 64 caracteres constituído por algarismos e letras, nos intervalos de 0-9 e A-F, respetivamente.
As chaves privadas são armazenadas nas carteiras de bitcoins , que podem conter uma ou mais chaves privadas. Estas carteiras são programas que guardam as chaves e que interagem com a base de dados onde estão gravadas todas as transações. Permitem ainda aos utilizadores a consulta do saldo disponível.
Desde o hack de 2014 na MtGox, uma “bolsa” da criptomoeda sediada no Japão, quando 350 milhões de dólares foram roubados, que os detentores da moeda digital se mostram receosos de perderem as suas fortunas. Mas Brian Liotti, gestor de comunidade do Crypto Aquarium, um fórum dedicado a tudo o que está relacionado com as criptomoedas, afasta qualquer receio que os consumidores possam ter. “Quero chamar a atenção para o facto de a bitcoin não poder ser ‘hackeada’ e que é mais segura que qualquer coisa que já tenhamos feito”. “As pessoas não percebem o quão segura a blockchain realmente é”, afirma, em declarações ao Market Watch.
A blockchain é uma base de dados partilhados que regista todas as transações que ocorrem num mercado específico. É este “livro de registos” que impossibilita a duplicação das moedas, protegendo assim o investimento feito.
A cobertura mediática que se tem vindo a dar aos roubos de criptomoedas nada tem a ver com a obtenção das chaves privadas por parte dos hackers. Na maioria das vezes trata-se de uma fraude simples, como aconteceu com Steve Wozniak. O co-fundador da Apple perdeu 70 mil dólares desta forma: Wozniak vendeu as suas bitcoins recebendo o pagamento com um cartão de crédito que foi cancelado depois de a transação estar efetuada. Neste caso, o cartão de crédito era roubado, como explica Wozniak numa entrevista ao Economic Times of India.
Casos como estes são “preocupantes” considera Liotti, uma vez que reforça o mito de que as moedas são facilmente extraviadas. “Para muitos o pensamento de pôr dinheiro numa plataforma digital é assustador, quando, na verdade, não o é”, reitera.