O quilograma é uma das quatro unidades de medida básicas (juntamente com o ampere, o kelvin e o mol) que vão ser redifinidas já em novembro do próximo ano, na Conferência Geral de Pesos e Medidas, devendo as alterações entrar em vigor em maio do ano seguinte. Ou seja, a partir do segundo semestre de 2019, um quilo já não vai pesar um quilo.
Aquela que será a maior revisão de sempre do Sistema Internacional de Unidades, desde a sua criação, em 1960, visa definir estas quatro unidades em relação a constantes fundamentais e não arbitrárias, como é o caso atualmente.
E se esta mudança em nada afetará a nossa vida diária, para a investigação científica é de grande importância, dado o enorme nível de precisão de que os cálculos necessitam. A partir de maio de 2019, os investigadores vão poder relacionar as unidades de medida com constantes.
Atualmente, o quilograma está definido em relação a um objeto: um quilo equivale à massa de um cilindro de platina-irídio, fabricado em Londres e guardado, desde 1889, em França. Só que, num século, este quilograma original perdeu 50 microgramas (os objetos podem facilmente perder átomos ou absorver moléculas do ar), o que torna difícil usá-lo para definir uma unidade de medida universal.
Para acabar com esta inconstância, o novo quilograma passará a ser definido com base em constantes naturais e a ser medido com a chamada “balança de Watt”, que permite comparar a massa com a energia electromagnética. Esta forma de medição do quilo não se altera nem se danifica, ao contrário do que pode acontecer com um objeto.