Situações de muito stress e preocupação têm o poder de mexer com o nosso apetite. Nalguns casos, perdemo-lo total ou parcialmente, noutros temos ainda maior vontade de comer do que o habitual. Mas qual é a razão para isto acontecer? A Harvard Medical School diz que a resposta a esta pergunta se relaciona com a perceção do cérebro.
O stress a curto prazo tende a fazer com que as pessoas comam menos. Quando somos sujeitos a uma situação que nos provoca este tipo de stress, uma região do cérebro chamada hipotálamo produz uma hormona libertadora de corticotrofina, que diminui o apetite.
Além disso, as glândulas suprarrenais recebem uma mensagem do cérebro para começarem a produzir adrenalina, uma hormona que faz com que o corpo tome uma atitude de resposta acelerada “de luta ou fuga”. Esta reação, por sua vez, como explica a publicação de Harvard, coloca o corpo “em espera” pela comida.
No entanto, quando o stress é prolongado e persistente, a resposta do corpo é diferente. Nestes casos, as glândulas suprarrenais libertam um hormona diferente, o cortisol, que aumenta o apetite e intensifica a motivação para comer.
Os alimentos ricos em gorduras e açúcares, ou ambos, são especialmente apetecíveis para quem tem altos níveis de cortisol – ou seja, quem tem stress persistente. Quando ingeridos, estes alimentos têm o poder de inibir a atividade cerebral relacionada com o processamento do stress e das emoções.
A somar a este consumo excessivo de comida, quem tem stress prolongado tende também a dormir menos, a exercitar-se menos, a beber mais álcool. Tudo isto contribui para que as pessoas tenham excesso de peso.
Para contornar estas consequências negativas do stress, seja ele de curto prazo ou prolongado, a Harvard Medical School dá três conselhos:
1. Meditação: segundo a publicação, os benefícios da meditação na redução do stress já foram identificados por diversos estudos. Além do mais, a meditação tem também o poder de nos tornar mais conscientes da alimentação e de fazer com que consigamos controlar melhor os nossos impulsos por comida.
2. Exercício: praticar exercício físico regularmente pode ajudar a controlar o stress. O yoga e o tai chi são dois exemplos de exercício que englobam elementos de maior e de menor intensidade, ambos com benefícios para a redução do stress.
3. Apoio social: ter família, amigos e outras fontes de apoio em termos sociais ajuda a ter um estado de saúde mental mais saudável. E isto, de acordo com os estudos mencionados, acontece quer com profissões sujeitas a situações de maior stress, quer com menor stress.