O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) não só concorda com a decisão do ministro da Educação de fazer encontros trimestrais com os sindicatos, como também gostaria de ter o mesmo tipo de tratamento por parte de Tiago Brandão Rodrigues.
Jorge Ascensão disse à VISÃO que, embora não tenha a mesma disponibilidade dos sindicatos, a Confap vai dizer ao ministro que está “disponível para reuniões periódicas”. Admitindo que não têm o mesmo peso político, os pais gostavam que se tivesse em conta “os principais interessados na Educação e no que se faz nas escolas, que são as famílias”.
Para Jorge Ascensão, tais encontros deveriam permitir tomar conhecimento de medidas que afetam as famílias atempadamente, em vez de “ficar a saber pela comunicação social”. Reconhecendo o interesse das reuniões trimestrais entre o ministro da Educação e os sindicatos, até pela “estabilidade laboral, essencial ao bom funcionamento das escolas”, o representante dos pais defende o “alargamento” dessas reuniões a outros intervenientes.
O excessivo determinismo da avaliação na escolha dos cursos superiores e a autonomia das escolas são dois dos temas que os pais gostariam de debater brevemente com a tutela.
A confederação, que representa mais de 300 mil famílias, reuniu já uma vez com o ministro da Educação, mas não tem novos encontros agendados.
A questão agora levantada vem no seguimento de pedidos da Federação Nacional da Educação (FNE) e da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) para reunirem trimestralmente com Tiago Brandão Rodrigues, que aceitou.
Os encontros servirão de balanço das medidas políticas propostas e verificação da sua aplicação.
Em nome do diálogo, diz o ministério, que quererá conter uma das classes profissionais mais numerosa e tradicionalmente contestatária – a dos professores.