Sean Penn
55 anos, ganhou duas vezes o Oscar de Melhor Ator. É conhecido pelo seu trabalho no cinema, mas também por ser uma das caras mais visíveis do ativismo liberal na América.
Violento
Sean Justin Penn ficou conhecido em 1982 no filme Fast Times at Ridgemont High. Em 1985, ganhou uma renovada exposição mediática quando casou com Madonna. Dois anos depois foi condenado a 60 dias de prisão por conduzir alcoolizado e dar um murro a um figurante. Enquanto esteve casado com a cantora, diz-se, discutiam sistematicamente. Já depois de se separarem, em 1988, Penn foi acusado de bater na estrela pop, que anos mais tarde veio a desmentir as acusações. Em 2009, ganhou o Oscar de melhor ator pela sua participação no filme Milk. Um ano depois, nova agressão, desta vez a um fotógrafo.
Político
Pagou, em 2002 e 2007, para publicar cartas abertas ao ex-presidente Bush no Washington Post e no New York Times, a criticar a ação militar dos EUA no Iraque. Em 2005, visitou o Irão – numa altura em que as relações entre os dois países estavam num dos pontos mais baixos. No mesmo ano, ajudou nas buscas de sobreviventes do furacão Katrina.
Altruísta
Foi também um dos mais ativos na ajuda ao Haiti, aquando do terramoto de 2010. Criou uma organização humanitária e, em 2012, foi nomeado embaixador não–residente do país. Muitos criticaram–no, acusando-o de apenas querer aparecer em frente às câmaras. Desses, Sean Penn disse que esperava que morressem de cancro retal. No mesmo ano, encontrou-se com Evo Morales, presidente da Bolívia, e ajudou um empresário americano a ser libertado de uma prisão local.
Jornalista
A última controvérsia do ator é a sua entrevista a El Chapo, o barão mexicano da droga que em julho fugira da prisão. Penn publicou a história na revista Rolling Stone, mas apenas depois de a ter submetido ao traficante para revisão e aprovação – coisa que irritou os jornalistas mexicanos, constantemente vítimas dos cartéis. “Ele está a servir o público ou a servir–se a ele próprio?”, resumiu o repórter Alfredo Corchado. Mas a aventura jornalística acabou por resultar na captura de El Chapo: as autoridades mexicanas vigiaram os passos do ator e descobriram o paradeiro do fugitivo.
Ativista
Sean Penn tinha já entrevistado dois líderes mundiais tradicionalmente considerados adversários dos EUA: Raúl Castro, presidente de Cuba, e Hugo Chávez, da Venezuela. Tornou-se mesmo grande amigo do segundo – esteve presente no seu funeral – e chegou a acusar os media americanos de mancharem o nome de Chávez, que na sua opinião era um democrata exemplar. À data do seu funeral, chegou a dizer que “a Venezuela e a sua revolução vão perdurar sob a liderança do vice–presidente [Nicólas] Maduro”. A julgar pelo resultado das últimas eleições no país, em que o partido de Maduro foi copiosamente derrotado, o povo venezuelano não quer dar razão a Sean Penn.