O que fazem com o telemóvel os jovens entre os 15 e os 18 anos? Por dia, enviam 81 sms e falam cerca de 30 minutos, ouvem música ou rádio e jogam. Por mês gastam 9,36 euros. Estes dados revelados no estudo Faqtos, realizado por quatro investigadores do INOV-INESC, foram obtidos ao longo dos últimos quatro anos letivos, entre 2010/2011 e 2014/2015, inquirindo 7820 adolescentes portugueses, em 116 escolas secundárias de todos os distritos do país.
É na transição do ensino básico para o secundário, quando vão para o 5.º ano de escolaridade, que a maioria dos pais lhes dá o primeiro telemóvel – 65% dos alunos tinha entre os 10 e os 12 anos e mais de 15% tem atualmente mais do que um equipamento. “Ao entrarem numa nova etapa, os pais gostam de saber que as crianças estão contactáveis. Apesar de a predominância ser aos dez, alguns referem que já têm telemóvel desde os cinco anos”, explica Carla Oliveira, uma das autoras do estudo.
Se as chamadas e o envio de mensagens escritas têm vindo a perder terreno na comunicação entre os jovens, há um reforço do uso do telemóvel para aceder às redes sociais muito por culpa dos novos tarifários que incluem planos de dados/tráfego na Internet em 72% dos casos. A comunicação passou a ser feita online através das aplicações de conversação, como o WhatsApp, o Viber ou o Snapchat. Em 2010, apenas 35% dos jovens usava o telemóvel para estar online. Este ano, esse valor disparou para 86 por cento.
Outra tendência crescente, mas apenas detetada a partir de 2013, é o uso de tablets na adolescência – de 45% para 65 por cento. Nestas idades, estes gadgets têm uma importância fulcral para se manterem ligados à sua comunidade. Em rede cada vez mais cedo.