Quando Karen L. King, especialista em história do cristianismo da Universidade de Harvard, anunciou em Setembro de 2012, a existência deste fragmento, houve um amplo debate sobre a sua autenticidade. Conhecido como o “Evangelho da Esposa de Jesus”, provavelmente originário do Egito, contém a frase “Jesus disse-lhes: minha esposa”, nunca antes visto em qualquer texto antigo. Menciona ainda a mãe de Jesus e um discípulo do sexo feminino, que pode ser identificado como “Maria”.
Recentemente, James Yardley, cientista e investigador no Centro de Ciências e Engenharia Integrada, da Universidade de Columbia, e Alexis Hagadorn, chefe de Conservação na mesma universidade, usaram uma técnica chamada ‘micro-Raman spectroscopy’, para determinar a idade do fragmento de papiro. Além disso, Malcolm Choat, da Universidade Macquarie, examinou a caligrafia do fragmento; combinados, os resultados indicam que o papiro e a tinta utilizada são antigas, e não uma falsificação moderna, como havia sido especulado.
A descoberta deste papiro é um mistério, o verdadeiro autor não é conhecido, e a pessoa que o deu a Karen L. King, em Dezembro de 2011, quis manter o anonimato.
Vários foram os cientistas que à data expressaram a sua opinião, afirmando ser uma falsificação. O Jornal do Vaticano L’Osservatore Romano adiantou ser um “fake”, alegando que “razões substanciais levariam a concluir que o papiro é realmente uma falsificação”. Craig Evans, professor na Acadia Divinity College, na Nova Scotia, escreveu que o papiro é provavelmente “muito antigo”, mas as “cartas escritas são provavelmente modernas.”
A idade do fragmento não prova que Jesus era casado, disse Karen. “Este fragmento do evangelho fornece uma razão para reconsiderarmos o que pensávamos saber, em relação ao ‘estado civil’ de Jesus Cristo, desempenhado historicamente no início das controvérsias cristãs sobre o casamento, o celibato e a família”.