Tinha pouco mais que 30 anos quando J.G., que pediu para não ser identificado na reportagem da BBC, começou a sentir-se deprimido e ansioso, com dificuldades em dormir e uma diminuição do desejo sexual. Além disso, o seu corpo parecia não responder aos treinos no ginásio e aos cuidados na alimentação.
Depois de tomar antidepressivos e ansiolíticos, este executivo aceitou o conselho de um colega e começou a tomar uma pequena dose de testosterona, mesmo sem consultar um médico.
“Tomei minha primeira dose e, uau, pareceu que tudo deu uma volta de 180 graus”, contou J.G. à BBC, acrescentando que acabou por ir ao médico e, feitos alguns exames, começou uma terapia de reposição hormonal.
Atualmente com 40 anos, o executivo continua a tratar-se com a hormona, cuja produção pelos testículos e entra em declínio com a idade, injetando pequenas doses, duas vezes por semana.
Segundo a BBC, um grande número de médicos tem vindo a defender os benefícios do tratamento hormonal no combate ao envelhecimento, mas muitos são também os que manifestam dúvidas quanto à eficácia e alertam para eventuais efeitos secundários que poderão incluir cancro e problemas cardíacos.
Os riscos não parecem, no entanto, afastar os norte-americanos deste tratamento, que vai sendo “mais comum entre os homens mais jovens, com pouco mais de 30 anos”, nas palavras de Michale Barber, médica e diretora-executiva de uma das filiais da Cenegenics, uma rede de clínicas especializada neste tipo de tratamento.
Embora a aplicação das hormonas possa ser feita pelo próprio, faz-se necessário um acompanhamento periódico por médicos e a realização regular de exames. Nestas clínicas, um tratamento hormonal de combate aos efeitos do envelhecimento deverá custar, em média, mil dólares(790 euros) por mês.
Como publicidade, a Cenegenics usa o médico Jeffry Life, que além de dar consultas é também paciente do programa de combate aos efeitos do envelhecimento. Para mostrar os resultados, a empresa usa imagens do “antes e depois”, que têm valido à empresa acusações de manipulação digital das fotografias, uma vez que, numa foto, o médido surge com um corpo de meia-idade, para aparecer no “depois” com um corpo musculado.