CONHEÇA OS PROGRAMAS E VEJA OS VÍDEOS DE ALGUNS DOS ARTISTAS QUE VÃO ESTAR EM PORTUGAL NESTE VERÃO:
Super Bock Super Rock Porto e Lisboa
O Verão é a estação do ano mais propícia a festivais de música, a concertos ao ar livre, e fica marcado por eventos como os já emblemáticos Paredes de Coura, Sudoeste (Zambujeira do Mar), Super Bock Super Rock (Lisboa e Porto) e o Festival Músicas do Mundo de Sines, todos eles com mais de dez anos de existência.
A eles juntam-se os mais recentes Optimus Alive (Oeiras), o Delta Tejo (Lisboa), o Marés Vivas (Vila Nova de Gaia), o Festival MED (Loulé) e o Sumol Summer Fest (Ericeira).
“Os promotores estão confiantes no mercado da música ao vivo e este ultrapassou os valores do mercado discográfico”, defendeu à agência Lusa o director do Festival de Músicas do Mundo de Sines (FMM Sines), Carlos Seixas.
Para o responsável, apesar dos cartazes dos festivais serem mais extensos, “a qualidade, de uma forma geral, não baixa” e o público “sabe distinguir o que é bom e o que é mau”.
Álvaro Covões, da promotora Everything is New, que organiza o festival Optimus Alive, partilha da opinião que o público português é exigente e obriga os promotores a corresponderem a essa exigência.
“Uma das nossas estratégias é a criação de públicos novos ou de plateias como se diz agora”, referiu à Lusa Álvaro Covões, sublinhando que “as pessoas cada vez mais valorizam a ocupação de tempos livres”.
Sabendo que os festivais são “momentos únicos e convivência, de celebração”, a promotora Música no Coração criou eventos como o Delta Tejo, o Cool Jazz Fest ou o Sumol Summer Fest, porque há público e há um “desejo por parte das marcas em investir”, disse à Lusa Jwana Godinho, desta promotora.
Entre o desejo de investir e o cenário de contracção económica que o país atravessa, Carlos Seixas admitiu, no caso do FMM de Sines, alguma “contenção nos custos, negociações mais demoradas, adiamento de alguns sonhos, mas sempre com atenção na qualidade”.
Na Música no Coração, mantém-se a estratégia, “não cometendo loucuras em termos de ofertas económicas ao artistas, apostando na qualidade dos eventos e na safistação do cliente”, disse Jwana Godinho.
Álvaro Covões é o mais optimista dos promotores e considera que a crise deve ser encarada de frente: “Se deixarmos de fazer espectáculos deixamos de fazer publicidade, deixamos de dar trabalho a milhares de pessoas”.
“Sentimos que houve uma quebra, mas os nossos patrocinadores acreditaram e mantiveram-se”, disse Covões.
Este ano nos festivais de Verão estão assegurados os regressos de nomes como Metallica (Optimus Alive), Faith No More (Sudoeste), Depeche Mode (Super Bock Super Rock), Lee “Scratch” Perry (FMM Sines), Primal Scream (Marés Vivas) e Franz Ferdinand (Paredes de Coura), quase sempre garantia de maior audiência entre os portugueses.
A par destes artistas, os promotores apostaram ainda no factor novidade, na apresentação de bandas que nunca estiveram em Portugal, como The Killers (SBSR), Lilly Allen (Sudoeste) e The Ting Tings (Optimus Alive).
Se há ou não um desequilíbrio entre repetentes e estreantes, Carlos Seixas argumenta que poderá haver produtores que não arrisquem no que é novo e público que adira mais àquilo que já conhece.
No essencial, o programa de um festival “é um acto de confiança de partilha do programador para com o público”, defendeu Carlos Seixas.
No caso de sucessivas vindas dos mesmos artistas a Portugal, como os Metallica, Álvaro Covões recorda que as promotoras “estão sujeitas às bandas que estão na estrada” e que vêm a Portugal como vão a outros países. “Isto é que é um circuito”, sublinhou.
Jwana Godinho é mais assertiva: “Se um artista tem uma carreira longa é porque teve sucesso, e como tal, será uma boa aposta de cartaz”.
Texto de Sandra Borges da Silva, Agência Lusa