A candidata do PSD à Câmara da Amadora, que levou o secretário-geral do PS, António Costa, a acusar Rui Rio de dar a mão às forças de extrema-direita, garante que, após o CDS ter manifestado apoio à sua candidatura, “muito em breve” outros partidos “irão juntar-se” à sua causa.
Porém, após as eleições, e caso vença à atual presidente socialista Carla Tavares, não afasta mais coligações, inclusive com o PCP. A advogada não desmente que tenha sido a tal pessoa de quem o líder do PSD sinalizou, numa entrevista à RTP3, que recebeu um email com as escutas telefónicas do processo Casa Pia, onde António Costa alegadamente terá tentado condicionar o curso das investigações.
“Devo dizer que, por uma questão estratégica, muito em breve e paulatinamente verão outros partidos que se vão juntar a nós, nesta grande onda avassaladora de limpeza de 42 anos perniciosos da esquerda a desgovernar a Amadora”, adiantou a advogada, no Irrevogável, programa de entrevistas da VISÃO, que, além do PS, afasta liminarmente o BE de qualquer solução governativa.
“Irei fazer coligações com o PCP? Irei. Irei fazer coligações com Deus e com o Diabo, porque quando tiver esse mandato [presidência], só tenho uma obrigação: o povo da Amadora”, atirou a candidata social-democrata, assegurando ser “o Cavalo de Tróia que vai destruir a esquerda na Amadora”. “Sou o Cavalo de Tróia que o PSD arranjou para destruir a esquerda em Portugal”, reforçou. Aliás, faz questão de estabelecer uma grande diferença entre o BE, que diz ser preciso “exterminar” nas urnas, e o PCP, que classificou de “um partido respeitável, com um grande contributo no cenário político nacional, que não se pode esquecer”.
Confrontada com as palavras de António Costa, que numa entrevista à TSF, Diário de Notícias e Jornal de Notícias aludiu a fenómenos de extrema-direita que estarão a ser acolhidos pelo PSD, Suzana Garcia argumentou que “o primeiro-ministro não teve coragem de dar o nome às coisas”. “Talvez seja por ser já um político cristalizado. Não me identificou a mim, mas toda a gente percebeu que era de mim que estava a falar” disse, no Irrevogável, sublinhando que Costa “tinha os votos da Amadora como favas contadas”.
Quatro anos para pôr a casa em ordem
Suzana Garcia garantiu que o principal lema da sua candidatura é “fazer da Amadora o concelho mais seguro do País inteiro”. “É o que apresenta um dos índice de criminalidade mais grave”, disse, contrariando que os bairros sociais e degradados – como o da Cova da Moura – sejam alvos constantes das autoridades. “Não há muitas rusgas policiais no País e na Amadora, há as que são necessárias”.
Aliás, em relação à Cova da Moura, a candidata comprometeu-se que não demolirá o bairro, mas algo tem de mudar. “A Cova da Moura não precisa de ser toda erradicada – tem uma parte que precisa de ser erradicada”, prometendo que uma das medidas que aplicará ali, mas também em todo o concelho de Amadora será a implementação muito alargado de atribuição de bolsas de estudo em vários níveis de ensino. “A segurança não é só policial, não é só uma casa. A segurança começa no berço”, defendeu.
Para tal, Suzana Garcia diz que precisa “quatro anos para aquilo que é estrutural e mais quatro anos que será o corolário”.
Para ouvir em Podcast: