Doze minutos para as 2h00 desta segunda-feira – cantou-se “vitória, vitória!” no quartel-general de Carlos Moedas, instalado no hotel Sana, no Marquês de Pombal, no coração da capital. Ainda faltavam chegar os resultados oficiais, mas era já impossível suster a dinâmica de vitória que, desde as primeiras projeções, foi crescendo entre os apoiantes da coligação “Novos Tempos” (PSD, CDS-PP, PPM, MPT, Aliança).
Contra todas as expectativas – e todas as sondagens – Carlos Moedas é o novo presidente da câmara de Lisboa. O que parecia ser uma noite morna, transformou-se em autêntica euforia, assim que as primeiras projeções foram divulgadas, nos ecrãs, logo às 21h00, indicando um empate entre Fernando Medina, recandidato pela coligação “Mais Lisboa” (PS e Livre), e Carlos Moedas – com ligeira vantagem para o atual presidente da autarquia na SIC e na TVI e para Moedas na RTP.
Com o passar das horas, e a chegada, a conta gotas, de informações que davam conta da conquista de várias das freguesias da capital (como Arroios, Lumiar, Alvalade ou Estrela) pela candidatura “Novos Tempos”, foi-se desenhando um sorriso largo no semblante dos presentes. E, após a declaração de derrota de Fernando Medina, já depois das 02h00, que veio dar um cunho “oficial” aos resultados autárquicos, e à troca na cadeira do poder na câmara de Lisboa, gritou-se “Moedas, Moedas!” – como que a chamar ao palco aquele que vai assistir ao despontar de um novo dia como presidente da câmara de Lisboa.
“Que grande noite!”. Moedas triunfa contra todas as previsões
Eram 02h34 quando Carlos Moedas entrou na sala e, com os dois braços erguidos, dedos em sinal de “V” (de vitória), atravessou uma multidão eufórica, que o transportou até ao palco com gritos de “vitória, vitória!”. Num discurso em que prometeu “unir” e “mudar” a capital, Moedas não deixou, porém, de fazer uma leitura mais alargada destes resultados.
“Que grande noite! Ganhamos contra tudo e contra todos! (…) Fez-se história, hoje, em Lisboa. Não tenho palavras para agradecer o voto de confiança que me foi dado pelos lisboetas. Obrigado, Lisboa! Comprometo-me, com todos os lisboetas: não vamos falhar! Vamos mudar Lisboa! Acreditem!”, afirmou. Moedas prometeu ainda que será “o presidente de todos os lisboetas, o presidente que vai unir Lisboa”.
Ainda sem resultados oficiais, mas legitimado por o que o próprio Fernando Medina, o seu principal adversário, chamou de “vitória indiscutível”, Carlos Moedas não deixou de criticar o facto de, durante meses, ter merecido a desconfiança das empresas de sondagens. “É prejudicial para a própria democracia”, disse.
Com Rui Rio, presidente do PSD, e Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP, na primeira fila – e que, à boleia da capital, não esconderam um sorriso triunfante ao final da longa noite –, Carlos Moedas deixou um sinal ao país: “Hoje, iniciamos um novo ciclo. Novos tempos [numa referência ao nome da coligação que liderou]. Acredito convictamente que este novo ciclo começa em Lisboa, mas não vai acabar em Lisboa” – lançando um sinal para lá do município que, agora, se prepara para gerir nos próximos quatro anos.