Passavam vinte minutos das 21:00 – hora a que foram conhecidas as primeiras projeções da noite eleitoral – quando José Silvano, secretário geral do PSD e coordenador autárquico, quebrou o silêncio no número 9 da Rua Caetano, na Lapa, Lisboa. Não trazia um ar animado e enfatizou o que de resto se sentia: lá em cima – no primeiro piso (onde se encontra Rui Rio e os dirigentes sociais democratas) – “ninguém canta vitória”, apesar das prespetivas animadoras, face ao que as sondagens diziam, antes das eleições.
Foi, aliás, pelas sondagens que Silvano começou. “Falharam redondamente”. O exemplo mais óbvio será o de Lisboa, onde o candidato Carlos Moedas (pela coligação “Novos Tempos” – PSD, CDS, PPM, MPT e Aliança) – que, nas sondagens, ficou sempre a pelo menos dez pontos de Fernando Medina (PS e Livre) – surge, nas primeiras projeções, taco a taco com o atual presidente da Câmara. Carlos Moedas reúne, segundo as projeções da RTP, 32 a 36% dos votos e Fernando Medina 31 a 35%.
Apesar disto, José Silvano escolhe a contenção para falar sobre a capital. “Quem vai ganhar Lisboa ainda não sabemos”. Já em Coimbra, “o PSD ganhou” com “uma vitória significativa”. José Manuel Silva – antigo bastonário da Ordem dos Médicos e candidato da coligação “Juntos Somos Coimbra” (PSD/CDS/PPM/Volt/RIR/Aliança/“Nós, Cidadãos”) – terá entre 42 a 47% da votação, de acordo com as mesmas projeções.
Uma palavra ainda para o nível de abstenção (estimado entre os 45 e os 50% – quando, em 2017, foi de 45%). Dados “muito negativos para o País” e que deixam os sociais democratas “extremamente preocupados”, apontou José Silvano.
